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Ano: 2023

Transformação de Resíduos da Siderurgia em Recursos para a Agricultura – do Agregado Siderúrgico ao BioSilício Plus

Biosfera Soluções Sustentáveis LTDA

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

“1. Principais objetivos
De acordo com o Ministério da Agricultura e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a crise dos fertilizantes gerada pela redução da produção da China e consequentemente a elevação dos preços desse produto, deve ser sentido nas safras futuras. Os ajustes nos preços se refletem no preço dos fertilizantes e na redução das margens de lucro para os agricultores brasileiros.
A inovação proposta pela Biosfera é caracterizada pelo desenvolvimento de uma rota tecnológica para a destinação sustentável de resíduos industriais, transformando o que antes era passivo em ativo, gerando novos produtos como corretivos e fertilizantes minerais, e pela consequente diminuição do tempo de estocagem desse resíduo em pátios internos.
No mercado, não existe produto similar ao produto criado, com a mesma função e características. A ideia inicial de desenvolver os corretivos e fertilizantes oriundo de processos industriais devidamente chancelados por órgãos públicos e ambientais com a finalidade de diminuir a dependência internacional a importação desse produto, fomentando o mercado nacional e tornando-o mais competitivo. Atualmente, a capacidade de estocagem desses resíduos é limitada devido a áreas de estocagem, elevados custos de estocagem e a extrapolação do limite de armazenamento pode acarretar multas ambientais ou perdas/parada de produção. O estoque excessivo de resíduos pode causar, também, impactos ao meio ambiente e ao ser humano, afetando diretamente nascentes, contaminando leitos de rios, lagos podendo chegar até o estuário (encontro do mar com o rio). Existe, portanto, a necessidade de adequação desse passivo ambiental em ativo com suas implicações no ESG – Environmental, Social and Corporate Governance, e aos ODS da ONU – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
É possível, também, captar créditos de carbono de CO2 com uso do fertilizante mineral, pois com 100 Ton de calcário (método convencional de correção do solo) libera-se 44Ton de CO2. As mesmas 100Ton de silicato (novo corretivo desenvolvido) tem o mesmo efeito corretivo do calcário, não havendo qualquer liberação de CO2. Durante o processo de aplicação do fertilizante corre a liberação do componente silício, que vai gerar o efeito benéfico para as plantas com aumento de produtividade das culturas, aumentando assim a captura de CO2. O corretivo a base de agregado tem em sua produção uma emissão baixa, comparado a todo processo de extração e produção do corretivo a base de calcário.
Em síntese, a inovação permite às indústrias siderúrgicas nacionais e internacionais uma alta redução de custos e otimização do processo de reutilização desse resíduo, evitando seu estoque que na maioria das vezes possui destinação final em aterros controlados – não dando assim uma destinação sustentável ao resíduo gerado. Essa situação prejudica não só o meio ambiente, mas como também gera poluição no ar nas cidades em que as siderúrgicas estão instaladas.
2. Localização geográfica da implantação da prática
A fábrica de fertilizantes e corretivos de solo localiza-se em Santana do Paraíso/MG, na região do Vale do Aço, próximo a uma importante Siderúrgica de Minas Gerais, a Usiminas S.A, de onde é escoado o resíduo para produção do fertilizante sustentável.
3. Época de início, principais etapas implementadas, e estágio de implementação
Os estudos se iniciaram em dezembro de 2018 e foram realizados pela Biosfera em parceria com a Universidade Federal de Viçosa/MG e Uberlândia/MG com a participação de doutores em agronomia, juntamente com Especialistas da Siderurgia.

O projeto de inovação/pesquisa exploratória foi conduzido conforme metodologia desenvolvida pela Biosfera Soluções Sustentáveis, descrita abaixo:
Metodologia Biosfera Soluções Sustentáveis – 5 Etapas de desenvolvimento da Pesquisa & Inovação
a. Mapeamento:
a) Balanço de Massa: Volumes de geração, destinação, aterros, análises químicas e NBR 10.004;
b) Mapa de Risco: Condições e riscos de estocagem e manuseio dos coprodutos – FISPQ;
c) Stakeholders: Relação de áreas internas e públicos externos que terão interface com o desenvolvimento;
d) Mercado Atual: Mapeamento e análise do mercado atual – atuação, competitividade e preços médios praticados;
e) Mercado Potencial: Análise macro do mercado potencial e relação de clientes potenciais em detrimento das atividades agrícolas realizadas no Estado do Ceará e adjacências.
f) Fluxo de Operação: Fluxo atual da geração dos coprodutos.
g) Plano de Trabalho (Cliente e Biosfera): Indicação dos coprodutos a serem estudados, motivos e impactos;
b. Estudo das Potencialidades:
a) Levantamento das amostras: Conforme metodologia padrão Biosfera;
b) Análises Laboratoriais: Realizado em Laboratórios credenciados pelo MAPA;
c) Combinações: Análise dos coprodutos e misturas possíveis;
d) Impactos Ambientais: Análise dos possíveis riscos ambientais e normas aplicáveis – comportamento de elementos contaminantes que o MAPA lista, no solo. Não prevê realizar a classificação dos resíduos conforme NBRs;
e) Relatório de Potencialidades: Estudo das caracterizações químicas, físicas e possíveis destinações sustentáveis identificadas pelo Centro de Pesquisa e Inovação da Biosfera e parceiros.
c. Gestão da Inovação:
a) Rotas Tecnológicas: Realização da pesquisa básica e aplicada e definição das rotas de estudo;
b) Experimento em Casa de Vegetação: Estudo de Eficiência Agronômica em ambiente controlado. Serão realizadas análises de eficiência agronômica, protegendo as plantas que nelas estão contra os agentes meteorológicos externos, num ambiente que simula as condições da natureza, no qual a planta cresce e se desenvolve com água, iluminação, fertilizantes, oxigênio e o dióxido de carbono (CO2) de forma controlada;
c) Relatório Técnico de Eficiência Agronômica: Relatório consolidado do projeto de inovação – Estudo de Eficiência Agronômica;
d) Homologação em conjunto com o Cliente: Visa obter a ciência do uso do coproduto como produto agrícola junto ao Órgão Ambiental do Estado e ao Órgão Federal MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
d. Modelos de Negócio:
a) Modelos de Negócios: O objetivo é esclarecer e definir os principais fatores que estarão envolvidos na criação, funcionamento, entrega e obtenção de valor;
b) Experimento de Campo: O objetivo é escolher, de comum acordo com o Cliente, um parceiro agrícola para a realização dos testes em escala de campo, conforme metodologia específica;
c) Planta de Beneficiamento: com base no modelo de negócio, será apresentada uma proposta de negócio pela Biosfera para assumir as atividades operacionais de beneficiamento (blends) dos produtos. Esta proposta será negociada à época e à parte da contratação em questão;
d) Capex e Opex: O investimento estimado, as atividades-macro com a proposta de responsabilidades para as partes, Biosfera e Cliente;
e) Identidade Visual: Proposta de nova identidade visual para o novo produto oriundo do processo de inovação;
f) Embalagem: Proposta de embalagem para o novo produto.
e. Comercialização:
a) Comercialização: Análise da precificação dos produtos e, se aplicável, estruturação da área de Vendas;
b) Logística: Análise da logística do produto, pontos de entrega, estocagem e distribuição
c) Novo Fluxo de Operação: Alterações necessárias no fluxo atual de geração do resíduo (se necessário) de maneira a atender às exigências de qualidade do produto;
d) Garantia de Qualidade: Instrumentos de controle de qualidade do produto em atendimento às exigências do MAPA;
e) SLA’s – Acordos de Nível de Serviço: Definição dos SLA’s, de maneira a garantir a adequada destinação do resíduo, em quantidade e qualidade;
f) Relatórios/Alarmes:
Atualmente, a empresa comercializa os corretivos de solo e fertilizantes minerais no mercado de MG, Bahia e Espírito Santo e dá destinação sustentável a aproximadamente, 5.000 toneladas de agregado siderúrgico, um resíduo que se transformou em recurso, antes estocado em aterros controlados!
4. Como foram utilizados recursos financeiros, humanos, técnicos, naturais ou quaisquer outros necessários à implantação da prática
O projeto de inovação foi custeado pela empresa Usiminas S.A, detentora do resíduo, em parceria com a Biosfera Soluções Sustentáveis, que desenvolveu toda a metodologia e implantou o modelo de negócio. Foram realizados aportes financeiros pelas partes que totalizaram na época, em torno de R$450 mil reais.

5. Públicos envolvidos e Parcerias estabelecidas para a implementação da prática, (ex: funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, órgãos públicos, ongs etc.) indicando com quais organizações e os papéis de cada um dos parceiros no desenvolvimento da prática;
Foram realizadas parcerias pela Biosfera com a Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Uberlândia e com as Associações rurais que passaram a utilizar o novo produto, gerando um aporte técnico no desenvolvimento regional da agricultura familiar e consequente geração de riqueza e renda regional.
6. Principais resultados alcançados
Geração anual de agregado siderúrgico: aprox. 1 milhão de toneladas
Destinação para o segmento agrícola – base 2023: 60 mil toneladas para o agronegócio
Custo médio para estocagem em aterro controlado: R$128,00/tonelada – base 2018 (despesa)
Empregos diretos gerados: 18 colaboradores
Preço médio do fertilizante Biosilício Plus: R$168,00/tonelada – base maio/2023 (receita)
https://www.biosferasolucoes.com.br/
https://www.biosilicio.com.br/”

Relevância para o Negócio:

“A Biosfera é uma empresa criada com o objetivo essencial de desenvolver destinações sustentáveis para os resíduos industriais e, ao mesmo tempo, propor soluções e alternativas igualmente sustentáveis, ligando cadeias produtivas, que antes não se conectavam, mas que possuem forte interface e uma gama de oportunidades.
Fundada em 2017, an expertise da Biosfera é integrar ciência e inovação superando o desafio de recriar materiais, processos e produtos. Atuamos como o principal elo entre academia e indústria, transformando pesquisa e desenvolvimento em soluções sustentavelmente corretas por meio de análises, testes laboratoriais e de campo, trabalhando a potencialidade de aplicação de resíduos sólidos ou não, transformando-os em produtos ambientalmente legais gerando novos produtos, seguindo rigorosamente as diretrizes da economia circular, pilares do ESG, reduzindo o passivo ambiental, potencializando ações sustentáveis no mercado, amenizando impactos, contribuindo para a geração de renda, trazendo benefícios diretos ao meio ambiente e comunidades locais, descobrindo e desenvolvendo novas destinações sustentáveis para uma matéria prima que, equivocadamente, por vezes é caracterizada como lixo na indústria brasileira e mundial.
Somos referência nacional em gestão de resíduos da indústria e nosso portfólio de clientes reúne as maiores empresas do mercado nos segmentos da siderurgia e mineração como Usiminas, ArcelorMittal, Ternium Brasil S.A, VALE, BHP, Cia Siderúrgica Pecém – CSP e outras, cujos trabalhos efetuados envolveram caracterizações de fontes alternativas de matérias primas e insumos diversos, como exemplo, uso do agregado siderúrgico de aciaria e óxido de ferro das laminações, e outros diversos elementos que proporcionaram análises aprofundadas e posteriores experimentações atestando a potencialidade de aplicação das soluções, transformando o que era antes resíduo em produto sustentável e de alta eficiência comprovada.
A Biosfera desenvolve programas socioambientais com o uso de resíduos da indústria, envolvendo comunidades locais e prefeituras, gerando inúmeros benefícios para as comunidades e, em contrapartida, permite geração de renda, escoamento de produtos estocados que são transformados em ativos novamente, favorecendo o acesso à educação e saúde nos municípios.
O BioSolício Plus é um produto inovador e inédito no mercado mundial com alta dispersão no mercado.
O Fertilizante mineral começou a ser produzido em novembro/2020, formulado por mestres em agronomia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) com resultados comprovados em culturas de milho, café, cana-de-açúcar, soja e feijão.
O fertilizante tem a capacidade de combater pragas e doenças, deixando a planta mais forte e nutrida. O silicato usado na formulação é 7x mais solúvel que o calcário -comumente usado como corretivo de solo, evitando dispersões, liberação de CO2 sendo assim, 100% reaproveitado pelo solo.
Os dispêndios com a pesquisa se totalizaram em R$ 450 mil.
Principais indicadores:
Geração anual de agregado siderúrgico (resíduo da Siderurgia): aprox. 1 milhão de toneladas
Destinação para o segmento agrícola – base 2023: 60 mil toneladas para o agronegócio
Custo médio para estocagem em aterro controlado: R$128,00/tonelada – base 2018 (despesa)
Empregos diretos gerados: 18 colaboradores
Preço médio do fertilizante Biosilício Plus: R$168,00/tonelada – base maio/2023 (receita)
https://www.biosferasolucoes.com.br/
https://www.biosilicio.com.br/” “Na indústria siderúrgica são geradas grandes quantidades de coprodutos e resíduos. De acordo a publicação anual “A Siderurgia em Números” do Instituto Aço Brasil (2022), a produção brasileira de Aço Bruto em 2021 foi de 36,2 milhões de toneladas e, segundo o Relatório de Sustentabilidade do Instituto Aço Brasil (2020), para cada 1.000 kg de aço bruto produzido foram gerados 622 kg de coprodutos e resíduos, ou seja, há uma outra indústria (no caso, de resíduos) a partir do produto da siderurgia, com produção de cerca de 22,5 milhões de toneladas, em 2021.
Desses coprodutos e resíduos, 50 % são compostos por agregados de alto-forno, finos e pós e lamas. Os outros 50 % são compostos por agregado de aciaria e outros coprodutos e resíduos. O projeto denominado “Transformação de Resíduos da Siderurgia em Recursos para a Agricultura – do agregado siderúrgico ao Biosilício Plus”, se aplica como solução para a destinação sustentável de coprodutos e resíduos da indústria siderúrgica, especificamente na obtenção de corretivos e fertilizantes silicatados para aplicação no mercado agrícola como corretivo de acidez do solo e fonte de macronutrientes primários e secundários.
A Biosfera, de forma pioneira no Brasil, obtém corretivos de acidez do solo e fertilizantes minerais, a partir da formulação do agregado de aciaria (silicato de cálcio e magnésio) gerado nas siderúrgicas nacionais e da combinação com outros coprodutos e resíduos da siderurgia fontes dos macronutrientes magnésio, fósforo, potássio e enxofre de liberação lenta. Os produtos gerados solucionam problemas da cadeia produtiva agrícola, ao promoverem: 1) aumento da oferta e redução nos preços de corretivos de acidez do solo e fertilizantes minerais; 2) produção de corretivo de acidez do solo, com formulação em estabelecimento produtor, com relação balanceada de cálcio e magnésio (3:1); 3) produção de fertilizantes, com formulação em estabelecimento produtor, que forneçam vários nutrientes, como o cálcio, magnésio, fósforo, potássio e enxofre de liberação lenta, além do elemento benéfico silício; 4) redução nos custos com adubação de plantio; 5) redução de operações e custos com adubação de cobertura, principalmente com fontes de enxofre; e 6) redução da dependência externa do país por insumos utilizados na produção de fertilizantes simples e complexos (NPK).
O intuito da criação do BioSilício Plus é utilizar o agregado de aciaria, que é um silicato de cálcio e magnésio além de outros coprodutos e resíduos da siderurgia, fontes dos macronutrientes magnésio como fósforo, potássio e enxofre de liberação lenta para formular os produtos corretivo de acidez do solo e fertilizante mineral para atender a alta e crescente demanda pelo mercado agrícola e diminuir a dependência do Brasil do mercado externo de insumos para fertilizantes.”

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“1. Principais objetivos
De acordo com o Ministério da Agricultura e Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, a crise dos fertilizantes gerada pela redução da produção da China e consequentemente a elevação dos preços desse produto, deve ser sentido nas safras futuras. Os ajustes nos preços se refletem no preço dos fertilizantes e na redução das margens de lucro para os agricultores brasileiros.
A inovação proposta pela Biosfera é caracterizada pelo desenvolvimento de uma rota tecnológica para a destinação sustentável de resíduos industriais, transformando o que antes era passivo em ativo, gerando novos produtos como corretivos e fertilizantes minerais, e pela consequente diminuição do tempo de estocagem desse resíduo em pátios internos.
No mercado, não existe produto similar ao produto criado, com a mesma função e características. A ideia inicial de desenvolver os corretivos e fertilizantes oriundo de processos industriais devidamente chancelados por órgãos públicos e ambientais com a finalidade de diminuir a dependência internacional a importação desse produto, fomentando o mercado nacional e tornando-o mais competitivo. Atualmente, a capacidade de estocagem desses resíduos é limitada devido a áreas de estocagem, elevados custos de estocagem e a extrapolação do limite de armazenamento pode acarretar multas ambientais ou perdas/parada de produção. O estoque excessivo de resíduos pode causar, também, impactos ao meio ambiente e ao ser humano, afetando diretamente nascentes, contaminando leitos de rios, lagos podendo chegar até o estuário (encontro do mar com o rio). Existe, portanto, a necessidade de adequação desse passivo ambiental em ativo com suas implicações no ESG – Environmental, Social and Corporate Governance, e aos ODS da ONU – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
É possível, também, captar créditos de carbono de CO2 com uso do fertilizante mineral, pois com 100 Ton de calcário (método convencional de correção do solo) libera-se 44Ton de CO2. As mesmas 100Ton de silicato (novo corretivo desenvolvido) tem o mesmo efeito corretivo do calcário, não havendo qualquer liberação de CO2. Durante o processo de aplicação do fertilizante corre a liberação do componente silício, que vai gerar o efeito benéfico para as plantas com aumento de produtividade das culturas, aumentando assim a captura de CO2. O corretivo a base de agregado tem em sua produção uma emissão baixa, comparado a todo processo de extração e produção do corretivo a base de calcário.
Em síntese, a inovação permite às indústrias siderúrgicas nacionais e internacionais uma alta redução de custos e otimização do processo de reutilização desse resíduo, evitando seu estoque que na maioria das vezes possui destinação final em aterros controlados – não dando assim uma destinação sustentável ao resíduo gerado. Essa situação prejudica não só o meio ambiente, mas como também gera poluição no ar nas cidades em que as siderúrgicas estão instaladas.
2. Localização geográfica da implantação da prática
A fábrica de fertilizantes e corretivos de solo localiza-se em Santana do Paraíso/MG, na região do Vale do Aço, próximo a uma importante Siderúrgica de Minas Gerais, a Usiminas S.A, de onde é escoado o resíduo para produção do fertilizante sustentável.
3. Época de início, principais etapas implementadas, e estágio de implementação
Os estudos se iniciaram em dezembro de 2018 e foram realizados pela Biosfera em parceria com a Universidade Federal de Viçosa/MG e Uberlândia/MG com a participação de doutores em agronomia, juntamente com Especialistas da Siderurgia.

O projeto de inovação/pesquisa exploratória foi conduzido conforme metodologia desenvolvida pela Biosfera Soluções Sustentáveis, descrita abaixo:
Metodologia Biosfera Soluções Sustentáveis – 5 Etapas de desenvolvimento da Pesquisa & Inovação
a. Mapeamento:
a) Balanço de Massa: Volumes de geração, destinação, aterros, análises químicas e NBR 10.004;
b) Mapa de Risco: Condições e riscos de estocagem e manuseio dos coprodutos – FISPQ;
c) Stakeholders: Relação de áreas internas e públicos externos que terão interface com o desenvolvimento;
d) Mercado Atual: Mapeamento e análise do mercado atual – atuação, competitividade e preços médios praticados;
e) Mercado Potencial: Análise macro do mercado potencial e relação de clientes potenciais em detrimento das atividades agrícolas realizadas no Estado do Ceará e adjacências.
f) Fluxo de Operação: Fluxo atual da geração dos coprodutos.
g) Plano de Trabalho (Cliente e Biosfera): Indicação dos coprodutos a serem estudados, motivos e impactos;
b. Estudo das Potencialidades:
a) Levantamento das amostras: Conforme metodologia padrão Biosfera;
b) Análises Laboratoriais: Realizado em Laboratórios credenciados pelo MAPA;
c) Combinações: Análise dos coprodutos e misturas possíveis;
d) Impactos Ambientais: Análise dos possíveis riscos ambientais e normas aplicáveis – comportamento de elementos contaminantes que o MAPA lista, no solo. Não prevê realizar a classificação dos resíduos conforme NBRs;
e) Relatório de Potencialidades: Estudo das caracterizações químicas, físicas e possíveis destinações sustentáveis identificadas pelo Centro de Pesquisa e Inovação da Biosfera e parceiros.
c. Gestão da Inovação:
a) Rotas Tecnológicas: Realização da pesquisa básica e aplicada e definição das rotas de estudo;
b) Experimento em Casa de Vegetação: Estudo de Eficiência Agronômica em ambiente controlado. Serão realizadas análises de eficiência agronômica, protegendo as plantas que nelas estão contra os agentes meteorológicos externos, num ambiente que simula as condições da natureza, no qual a planta cresce e se desenvolve com água, iluminação, fertilizantes, oxigênio e o dióxido de carbono (CO2) de forma controlada;
c) Relatório Técnico de Eficiência Agronômica: Relatório consolidado do projeto de inovação – Estudo de Eficiência Agronômica;
d) Homologação em conjunto com o Cliente: Visa obter a ciência do uso do coproduto como produto agrícola junto ao Órgão Ambiental do Estado e ao Órgão Federal MAPA – Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
d. Modelos de Negócio:
a) Modelos de Negócios: O objetivo é esclarecer e definir os principais fatores que estarão envolvidos na criação, funcionamento, entrega e obtenção de valor;
b) Experimento de Campo: O objetivo é escolher, de comum acordo com o Cliente, um parceiro agrícola para a realização dos testes em escala de campo, conforme metodologia específica;
c) Planta de Beneficiamento: com base no modelo de negócio, será apresentada uma proposta de negócio pela Biosfera para assumir as atividades operacionais de beneficiamento (blends) dos produtos. Esta proposta será negociada à época e à parte da contratação em questão;
d) Capex e Opex: O investimento estimado, as atividades-macro com a proposta de responsabilidades para as partes, Biosfera e Cliente;
e) Identidade Visual: Proposta de nova identidade visual para o novo produto oriundo do processo de inovação;
f) Embalagem: Proposta de embalagem para o novo produto.
e. Comercialização:
a) Comercialização: Análise da precificação dos produtos e, se aplicável, estruturação da área de Vendas;
b) Logística: Análise da logística do produto, pontos de entrega, estocagem e distribuição
c) Novo Fluxo de Operação: Alterações necessárias no fluxo atual de geração do resíduo (se necessário) de maneira a atender às exigências de qualidade do produto;
d) Garantia de Qualidade: Instrumentos de controle de qualidade do produto em atendimento às exigências do MAPA;
e) SLA’s – Acordos de Nível de Serviço: Definição dos SLA’s, de maneira a garantir a adequada destinação do resíduo, em quantidade e qualidade;
f) Relatórios/Alarmes:
Atualmente, a empresa comercializa os corretivos de solo e fertilizantes minerais no mercado de MG, Bahia e Espírito Santo e dá destinação sustentável a aproximadamente, 5.000 toneladas de agregado siderúrgico, um resíduo que se transformou em recurso, antes estocado em aterros controlados!
4. Como foram utilizados recursos financeiros, humanos, técnicos, naturais ou quaisquer outros necessários à implantação da prática
O projeto de inovação foi custeado pela empresa Usiminas S.A, detentora do resíduo, em parceria com a Biosfera Soluções Sustentáveis, que desenvolveu toda a metodologia e implantou o modelo de negócio. Foram realizados aportes financeiros pelas partes que totalizaram na época, em torno de R$450 mil reais.

5. Públicos envolvidos e Parcerias estabelecidas para a implementação da prática, (ex: funcionários, clientes, fornecedores, comunidade, órgãos públicos, ongs etc.) indicando com quais organizações e os papéis de cada um dos parceiros no desenvolvimento da prática;
Foram realizadas parcerias pela Biosfera com a Universidade Federal de Viçosa, Universidade Federal de Uberlândia e com as Associações rurais que passaram a utilizar o novo produto, gerando um aporte técnico no desenvolvimento regional da agricultura familiar e consequente geração de riqueza e renda regional.
6. Principais resultados alcançados
Geração anual de agregado siderúrgico: aprox. 1 milhão de toneladas
Destinação para o segmento agrícola – base 2023: 60 mil toneladas para o agronegócio
Custo médio para estocagem em aterro controlado: R$128,00/tonelada – base 2018 (despesa)
Empregos diretos gerados: 18 colaboradores
Preço médio do fertilizante Biosilício Plus: R$168,00/tonelada – base maio/2023 (receita)
https://www.biosferasolucoes.com.br/
https://www.biosilicio.com.br/”

Gestão da Prática Relatada:

“O Biosilício Plus* foi desenvolvido por especialistas da Biosfera em parceria com doutores em agronomia da Universidade Federal de Viçosa (UFV) e Universidade Federal de Uberlândia (UFU).
Foram realizados testes de maturidade que se iniciaram no TRL 1 com pesquisas básicas e aplicadas bem como provas de conceito analítica e experimental de características e estabilidade do material em níveis mais avançados de TRL.
O ciclo de vida da criação à inserção do produto no mercado, respeitou rigorosamente o framework de confiabilidade em projetos desenvolvido pela NASA.
No desenvolvimento do estudo de eficiência agronômica dos produtos, mais de 1.700 vasos foram cultivados e estudados por meio de base estatística, comprovando assim a eficiência agronômica da inovação e os benefícios para o meio ambiente e para o ser humano.
https://www.biosferasolucoes.com.br/
https://www.biosilicio.com.br/”

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“Não existe no mercado, processo de destinação de resíduos similar ao da Biosfera com sua funcionalidade com a finalidade de criação de um novo produto a partir de resíduos industriais. O potencial mercadológico dos fertilizantes se dá principalmente, por sua inovação no mercado, ou seja, é um processo totalmente novo que torna mais eficiente o a destinação e criação de novas rotas tecnológicas para o agregado siderúrgico, promovendo redução de custos – tanto financeiros quanto humanos – na empresa. Por meio de pesquisas de mercado, a Biosfera constatou que não existe processo similar no mundo, o que caracteriza uma situação de “Oceano Azul”, onde não há concorrentes, o que possibilita uma alta absorção da demanda de mercado das siderurgias mundiais. Pelo fato de o mercado não ser restrito e específico, a Biosfera, sendo pioneira no processo, pretende conquistar e manter a liderança no fornecimento dos fertilizantes sustentáveis, exatamente por ser um mercado estável e de constante crescimento. Em uma situação de monopólio, a Biosfera terá vantagem competitiva em relação aos seus possíveis entrantes, uma vez que existem barreiras para entrar em um mercado já fidelizado. A fórmula do BioSilicio Plus é patenteada pela Biosfera no INPI e a sua comercialização e replicação para outras empresas poderá ser escalonada através do recebimento de royalties.
Em concordância com a necessidade de alterar os paradigmas atuais sobre resíduos industriais e desenvolver caminhos sólidos em direção à sustentabilidade, a Biosfera pretende potencializar o fornecimento do BioSilício Plus com previsões de escalonamento nacional e internacional. Espera-se atingir mercados internacionais com a mesma premissa dos nacionais: dar passos largos em direção à sustentabilidade – compreendendo que a preservação e manutenção do meio ambiente, são o principal objetivo, garantindo que as necessidades das gerações futuras não sejam prejudicadas pelo uso indiscriminado dos recursos naturais na atualidade. Em face da escalabilidade mundial do projeto, espera-se atingir uma quantidade significativa deste produto para comercialização, em função do número de usinas siderúrgicas internacionais integradas. É importante ressaltar que não há mercado para competir com essa inovação nem nacional, tão quanto internacional. A Biosfera entraria no cenário internacional com um processo totalmente novo e tecnológico, rompendo com as metodologias antigas no mercado, direcionando as empresas para um rumo sustentável e consistente.”