Aegea Saneamento e Participações S.A.
“O acesso à água potável e ao saneamento é um direito humano, reconhecido pelas Nações Unidas em 2010, e base para a garantia dos demais direitos, considerando, entre outros, a promoção da saúde, a qualidade de vida, o bem-estar social e a redução de desigualdades.
Estima-se que, aproximadamente, 15% da população urbana de Manaus more em palafitas, becos ou rip-raps, vivendo em moradias com estrutura precária, sem condições básicas de higiene. O território, habitado por famílias em situação de vulnerabilidade social, apresenta características que dificultam a instalação das redes tradicionais de distribuição de água potável, bem como de coleta e tratamento de esgoto. Para universalizar o serviço de esgotamento sanitário no Brasil, de acordo com as metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, instituído pela Lei n° 14.026/2020, é imprescindível a busca por soluções de acesso ao serviço para a população residente nessas regiões. O projeto de inovação para as palafitas consistiu em implantar as redes de água de forma aérea, utilizando cabos de aço e escoradas em piquetes. Para as extensões de rede em becos, vielas e rip raps a execução foi através do envelopamento com concreto e adaptação na instalação dos hidrômetros, onde criou-se o “Totem” – estrutura adaptada de concreto onde são instalados os hidrômetros, de modo que fiquem alinhados, atendam ao padrão para leitura de consumo e que permitem a instalação segura do equipamento de micromedição.
O Beco Nonato, localizado no bairro Cachoeirinha, zona Sul da capital amazonense, é uma área de reconhecida vulnerabilidade social, onde a população vive em condições precárias de moradia, a maioria palafitas, as quais são totalmente desprovidas de esgotamento sanitário. Desta forma, a população despeja seus dejetos imediata e diretamente abaixo de suas moradias, no leito do igarapé existente.
Em agosto de 2018, numa iniciativa pioneira e inovadora, a Águas de Manaus, concessionária do Grupo Aegea, viabilizou o acesso à água potável no Beco Nonato por meio de redes aéreas de distribuição de água. Estando acima do nível do igarapé, a rede aérea garante que a água tratada chegue de forma adequada às casas dos moradores. Além da solução operacional, a Águas de Manaus traz ainda um olhar de inclusão marcado pelo seu compromisso com o acesso ao saneamento, principalmente para famílias em situação de vulnerabilidade, como a garantia da Tarifa Social, mecanismo que concede descontos na fatura de água e esgoto. Isso permite uma economia nos gastos das famílias e a que mais pessoas possam acessar os serviços usufruindo dos benefícios trazidos pelo saneamento básico.
Manaus é a capital brasileira com mais cadastros na Tarifa Social. Recentemente, o número de famílias cadastradas no projeto que, na cidade, ganhou o nome de Tarifa Manauara, chegou a 115 mil na capital, o que significa que, hoje, aproximadamente 500 mil pessoas têm acesso ao benefício na cidade. Quando a concessão foi assumida, em 2018, o número era inferior a 20 mil famílias. Vale mencionar que em 2023 a Águas de Manaus iniciou ainda o mapeamento de famílias para cadastro em um benefício que nomeamos de Tarifa 10, que estabelece cobrança unificada de R$ 10 nas contas de água e de esgoto à população em situação de extrema vulnerabilidade social. A estimativa é que 28 mil famílias sejam beneficiadas, em um primeiro momento.
A iniciativa, chamada Vem com a Gente – VCG, promoveu o acesso à água potável a mais de 900 moradores do Beco Nonato e rendeu à concessionária o Prêmio Cases de Sucesso em Água e Saneamento, do Pacto Global das Nações Unidas em 2019.
Com o acesso à água potável resolvido, o desafio enfrentado pela Águas de Manaus foi o de buscar soluções inovadoras para garantir o esgotamento sanitário na região. No Beco Nonato, as casas se encontram localizadas a um ou dois metros abaixo do nível do solo, em terrenos permanentemente alagados, sujeitos aos impactos do remanso durante as chuvas. Esse conjunto de fatores exigiu a adaptação do inovador e bem-sucedido modelo de redes aéreas, além da criação de um sistema de ancoragem, para viabilizar a coleta do esgoto das moradias. O sistema de ancoragem é uma inovação à estrutura de esgotamento sanitário tradicional para que a tubulação das palafitas do Beco Nonato possa ficar submersa ao igarapé em segurança no período da cheia. Ele é constituído por estacas de concreto armado, construídas in loco e encapsuladas por tubos de PVC, reforçadas por blocos de amarração. Após o afastamento do esgoto das moradias, a rede coletora conduz o dejeto para uma Estação Elevatória de Esgoto, interligada à rede coletora do município, que leva o material a uma Estação de Tratamento de Esgoto – ETE. Na ETE, os efluentes recebem o tratamento adequado, evitando que o dejeto seja despejado diretamente na natureza. A obra do projeto piloto de coleta de esgoto no Beco Nonato foi iniciada em agosto de 2022 e concluída em fevereiro de 2023. Desta forma, além de garantir o acesso de mais de 900 moradores do Beco ao sistema de esgotamento sanitário, a estrutura reduz o impacto ambiental nos corpos hídricos da região, especialmente o Igarapé da Cachoeirinha, que desagua no Igarapé Mestre Chico e depois no Igarapé do 40, contribuindo, consequentemente, para recuperação ambiental da micro bacia do Educandos. Após o piloto bem-sucedido, Águas de Manaus e Aegea Saneamento deverão levar a mesma metodologia para as demais regiões de palafitas da cidade de Manaus e demais territórios de atuação da Aegea.
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O Vem Com a Gente mobilizou não só a Águas de Manaus, mas também o Grupo Aegea a repensar o atendimento e oferta de serviços em comunidades com alta vulnerabilidade social, buscando formas de conscientizar e engajar este público, criando um relacionamento próximo com a população, enquanto disponibiliza serviços de saneamento básico. Sendo assim, a inovação é relevante porque permite efetivamente o acesso ao serviço de distribuição de água potável e coleta e tratamento de esgoto para quem antes não podia contar com esses serviços em sua residência. Ao se criar a estratégia, nos aproximamos da comunidade e proporcionamos impactos sociais e ambientais positivos. Consequentemente, para a companhia isso também traz o aumento da base de clientes, redução da inadimplência e das perdas de água, o que se traduz em menos custos operacionais.
Para tanto, houve uma revisão das políticas de tarifa social para aumento do alcance do benefício, redefinição de processos de trabalho com foco em alta performance, conscientização sobre consumo, aumento da percepção de valor sobre os serviços prestados, valorização da marca, redução e controle de perdas, aumento de arrecadação e redução da inadimplência.
Com dados de 2022, os resultados totais do VCG em Manaus evidenciam que aproximadamente 531 mil residências foram visitadas, resultando em mais de 2 milhões de pessoas beneficiadas e mais de 200 quilômetros de redes de água. Considerando não só o Beco Nonato (onde foi implementada a inovação operacional), mas todos os bairros manauaras por onde o programa passou, houve um aumento de 38% nos clientes pagantes da Águas de Manaus, um aumento de 45% no faturamento da concessionária e redução de 47% de inadimplência (considerando período de um ano).
O VCG permitiu a aproximação com uma parcela da população que não reconhecia a Águas de Manaus como prestador de serviço confiável no município. A partir desse relacionamento, conseguimos regularizar o abastecimento de água potável em territórios relevantes do município e realizar uma conscientização de seu uso, que impactam diretamente o meio ambiente. A mudança de percepção da empresa pela população gerou ainda uma valorização da marca, já que a Águas de Manaus passou a ser vista como uma empresa engajada em melhorar a realidade da cidade, imersa na comunidade e indo além das suas metas contratuais.
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Uma técnica pioneira foi criada exclusivamente para atender as características dessas moradias, cuja inovação consistiu na disponibilização de água tratada nas áreas de palafitas por meio de “redes aéreas”, ou seja, que estão acima da cota de alagação, garantindo que a tubulação com água tratada não tenha contato direto com o solo ou igarapés poluídos. As soluções adotadas pela concessionária Águas de Manaus eliminaram as ligações irregulares, elevando a canalização da água, evitando uma possível contaminação e, assim, garantindo a qualidade da água para o consumo humano. Anteriormente, as casas destas localidades eram abastecidas por ligações irregulares, quase sempre submersas nos igarapés. Além de ter contato direto com esgoto, os canos possuíam vazamentos difíceis de serem localizados, principalmente nos períodos de cheia do rio Negro. A Águas de Manaus substituiu a estrutura irregular por tubos elevados, na altura das pontes de madeira, dentro dos padrões NBR e sem contato com o igarapé. Os hidrômetros também foram afixados nas paredes das palafitas, na altura da entrada das casas.
Da mesma forma, o atendimento com esgotamento sanitário em áreas de palafitas é inédito na área de saneamento básico, não tendo sido encontrada na literatura especializada experiência semelhante, se destacando os seguintes aspectos:
a) Modelagem da rede – a modelagem convencional sofreu várias modificações devido as características do solo, áreas inacessíveis, área com trechos permanentemente alagados e sujeitos a impactos devido a enxurradas, disposição e diferenças de níveis das palafitas, volume de entulhos, etc.
b) Análise ponto-a-ponto – avaliação, a cada trecho, de qual o melhor percurso, pontos e meios de fixação da rede. Desta forma, nos becos e rip raps, a técnica para a implantação das redes foi fazê-las de forma encapsuladas, ou seja, protegidas por uma camada de concreto de modo a isolá-las e garantir o contato mínimo com situações adversas que possam destruí-las.
c) Elevatória – as palafitas estão localizadas nas várzeas dos igarapés, em cota abaixo do nível das redes coletoras que passam nas vias do entorno, o que requer solução para bombear o esgoto coletado para um sistema de tratamento instalado numa cota mais alta. Neste caso, a solução desenvolvida pela Águas de Manaus, foi instalar uma EEE (Estação Elevatória de Esgoto) a qual encaminhará os efluentes até a rede coletora mais próxima e, por conseguinte, para tratamento numa ETE.
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“O acesso à água potável e ao saneamento é um direito humano, reconhecido pelas Nações Unidas em 2010, e base para a garantia dos demais direitos, considerando, entre outros, a promoção da saúde, a qualidade de vida, o bem-estar social e a redução de desigualdades.
Estima-se que, aproximadamente, 15% da população urbana de Manaus more em palafitas, becos ou rip-raps, vivendo em moradias com estrutura precária, sem condições básicas de higiene. O território, habitado por famílias em situação de vulnerabilidade social, apresenta características que dificultam a instalação das redes tradicionais de distribuição de água potável, bem como de coleta e tratamento de esgoto. Para universalizar o serviço de esgotamento sanitário no Brasil, de acordo com as metas do Novo Marco Legal do Saneamento Básico, instituído pela Lei n° 14.026/2020, é imprescindível a busca por soluções de acesso ao serviço para a população residente nessas regiões. O projeto de inovação para as palafitas consistiu em implantar as redes de água de forma aérea, utilizando cabos de aço e escoradas em piquetes. Para as extensões de rede em becos, vielas e rip raps a execução foi através do envelopamento com concreto e adaptação na instalação dos hidrômetros, onde criou-se o “Totem” – estrutura adaptada de concreto onde são instalados os hidrômetros, de modo que fiquem alinhados, atendam ao padrão para leitura de consumo e que permitem a instalação segura do equipamento de micromedição.
O Beco Nonato, localizado no bairro Cachoeirinha, zona Sul da capital amazonense, é uma área de reconhecida vulnerabilidade social, onde a população vive em condições precárias de moradia, a maioria palafitas, as quais são totalmente desprovidas de esgotamento sanitário. Desta forma, a população despeja seus dejetos imediata e diretamente abaixo de suas moradias, no leito do igarapé existente.
Em agosto de 2018, numa iniciativa pioneira e inovadora, a Águas de Manaus, concessionária do Grupo Aegea, viabilizou o acesso à água potável no Beco Nonato por meio de redes aéreas de distribuição de água. Estando acima do nível do igarapé, a rede aérea garante que a água tratada chegue de forma adequada às casas dos moradores. Além da solução operacional, a Águas de Manaus traz ainda um olhar de inclusão marcado pelo seu compromisso com o acesso ao saneamento, principalmente para famílias em situação de vulnerabilidade, como a garantia da Tarifa Social, mecanismo que concede descontos na fatura de água e esgoto. Isso permite uma economia nos gastos das famílias e a que mais pessoas possam acessar os serviços usufruindo dos benefícios trazidos pelo saneamento básico.
Manaus é a capital brasileira com mais cadastros na Tarifa Social. Recentemente, o número de famílias cadastradas no projeto que, na cidade, ganhou o nome de Tarifa Manauara, chegou a 115 mil na capital, o que significa que, hoje, aproximadamente 500 mil pessoas têm acesso ao benefício na cidade. Quando a concessão foi assumida, em 2018, o número era inferior a 20 mil famílias. Vale mencionar que em 2023 a Águas de Manaus iniciou ainda o mapeamento de famílias para cadastro em um benefício que nomeamos de Tarifa 10, que estabelece cobrança unificada de R$ 10 nas contas de água e de esgoto à população em situação de extrema vulnerabilidade social. A estimativa é que 28 mil famílias sejam beneficiadas, em um primeiro momento.
A iniciativa, chamada Vem com a Gente – VCG, promoveu o acesso à água potável a mais de 900 moradores do Beco Nonato e rendeu à concessionária o Prêmio Cases de Sucesso em Água e Saneamento, do Pacto Global das Nações Unidas em 2019.
Com o acesso à água potável resolvido, o desafio enfrentado pela Águas de Manaus foi o de buscar soluções inovadoras para garantir o esgotamento sanitário na região. No Beco Nonato, as casas se encontram localizadas a um ou dois metros abaixo do nível do solo, em terrenos permanentemente alagados, sujeitos aos impactos do remanso durante as chuvas. Esse conjunto de fatores exigiu a adaptação do inovador e bem-sucedido modelo de redes aéreas, além da criação de um sistema de ancoragem, para viabilizar a coleta do esgoto das moradias. O sistema de ancoragem é uma inovação à estrutura de esgotamento sanitário tradicional para que a tubulação das palafitas do Beco Nonato possa ficar submersa ao igarapé em segurança no período da cheia. Ele é constituído por estacas de concreto armado, construídas in loco e encapsuladas por tubos de PVC, reforçadas por blocos de amarração. Após o afastamento do esgoto das moradias, a rede coletora conduz o dejeto para uma Estação Elevatória de Esgoto, interligada à rede coletora do município, que leva o material a uma Estação de Tratamento de Esgoto – ETE. Na ETE, os efluentes recebem o tratamento adequado, evitando que o dejeto seja despejado diretamente na natureza. A obra do projeto piloto de coleta de esgoto no Beco Nonato foi iniciada em agosto de 2022 e concluída em fevereiro de 2023. Desta forma, além de garantir o acesso de mais de 900 moradores do Beco ao sistema de esgotamento sanitário, a estrutura reduz o impacto ambiental nos corpos hídricos da região, especialmente o Igarapé da Cachoeirinha, que desagua no Igarapé Mestre Chico e depois no Igarapé do 40, contribuindo, consequentemente, para recuperação ambiental da micro bacia do Educandos. Após o piloto bem-sucedido, Águas de Manaus e Aegea Saneamento deverão levar a mesma metodologia para as demais regiões de palafitas da cidade de Manaus e demais territórios de atuação da Aegea.
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O relacionamento com a comunidade é ponto chave da estratégia do VCG. Foram realizadas reuniões prévias com as lideranças comunitárias e moradores de cada área para discussão e definição da execução da obra de rede e ligação intradomiciliar. A adesão foi excelente, com praticamente todos os imóveis ligados na rede de esgotos, apenas com exceção dos imóveis fechados ou abandonados.
A execução da obra de esgoto impulsionou iniciativas de Secretarias Municipais, como a Secretaria Municipal de Limpeza Pública, que já efetuou ações de limpeza e está planejando a implantação de projetos contínuos.
Por meio do Programa de voluntariado Corporativo da Aegea, voluntários da Águas de Manaus realizaram a pintura das pontes do Beco Nonato e a realização de uma arte em grafite no muro da entrada do beco.
A expectativa da empresa e as manifestações dos stakeholders dão sinais de que a prefeitura também promoverá, na comunidade, ações de saúde, educação, lazer, arte e cultura, cursos de capacitação, etc., trazendo ainda mais ganhos socioambientais para as pessoas
Para o Grupo Aegea, o VCG representa um programa completo do ponto de vista do valor compartilhado e da estratégia de Licença Social da companhia: a população recebe água potável, coleta e tratamento de esgoto, e a empresa se torna parte integrante do desenvolvimento da comunidade, gera um impacto positivo nos resultados financeiros e, consequentemente, traz retorno ao investidor.
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A Águas de Manaus já está replicando esta experiência para outras comunidades do município. A concessionária tem recebido visitas de técnicos de todo o Brasil, de diversas entidades e instituições, que possuem a finalidade de conhecer a experiência, e estimular a disseminação dessas práticas para outros locais do país. Em março deste ano, técnicos do programa QUALIREG da Controladoria Geral da União (CGU) e do PNUD, da ONU, visitaram o município e demonstraram disposição para disseminar as experiências da Águas de Manaus na proteção das famílias em condições de vulnerabilidade, principalmente com relação à Tarifa 10 e a com a experiência de coleta de esgotos em palafitas.
A partir da experiência da Manaus, o programa Vem Com a Gente passou a fazer parte do Modelo de Gestão da Aegea, sendo replicado recentemente com igual sucesso na Águas do Rio, concessionária do grupo que iniciou a operação em novembro de 2021 no Rio de Janeiro. Para iniciar as operações na cidade, a Águas do Rio formou uma equipe exclusiva para o VCG, contando com mais de quatro mil colaboradores contratados nas próprias comunidades.
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