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Ano: 2023

Redução da Pobreza e Melhoria da Educação: Caminhos para o Desenvolvimento Social

SUZANO S.A.

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

“Com 99 anos de existência, a Suzano é uma empresa reconhecida pelo seu protagonismo e inovação no desenvolvimento de biossoluções a partir do eucalipto. Atualmente, é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papel da América Latina e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis de base renovável.
Pela natureza de nosso negócio, que depende diretamente dos ciclos naturais e do bom relacionamento com as comunidades nos locais em que atuamos, a sustentabilidade é tema primordial para nós. Ela é parte integrante da nossa estratégia de negócio e está na essência dos nossos Direcionadores de Cultura. Acreditamos que o que fazemos “só é bom para nós se for bom para o mundo”. E para construirmos um mundo mais justo e sustentável, é preciso protagonismo e atitudes transformadoras implementadas de forma sistêmica, a partir de um processo amplo de colaboração, envolvendo toda a sociedade, tendo como base o diálogo transparente e a formação de parcerias de valor.
E como fazer para materializar a sustentabilidade progressivamente em todas as nossas entregas, processos e relacionamentos? Temos como propósito “renovar a vida a partir da árvore”. Essa renovação deve acontecer em todos os aspectos do negócio: nos nossos processos, produtos, serviços, relacionamentos e na proposição de soluções que enderecem problemas latentes para o planeta e a sociedade. Assim, em fevereiro de 2020, a companhia divulgou seus Compromissos para Renovar a Vida – ambiciosas metas de longo prazo que devem ser executadas até 2030 e que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). São 15 Compromissos que endereçam questões urgentes e comuns a toda a sociedade, ligadas ao combate à crise climática, oferta de produtos renováveis, redução da pobreza, conservação da biodiversidade, dentre outras.
Quando definimos os nossos Compromissos, em 2020, não vivíamos ainda a pandemia de Covid-19, que contribuiu fortemente para um agravamento, por exemplo, nos índices de pobreza e de educação no Brasil. Infelizmente, essa nova realidade demonstrou como os nossos Compromissos fazem ainda mais sentido para o negócio e para a sociedade e o quanto investir na construção de soluções para essas questões é urgente.
Como uma companhia brasileira, entendemos a complexidade da realidade do País, que, infelizmente, se destaca como um dos mais desiguais do mundo, apesar de estar entre as 15 maiores economias globais. Segundo o relatório World Inequality Report (2022) , feito pelo World Inequality Lab, os 10% mais ricos no Brasil ganham quase 59% da renda nacional total, enquanto a metade mais pobre possui menos de 1% da riqueza do País. Essa desigualdade é fruto de um processo histórico e precisa de correções de rumo para que possamos atingir o potencial de desenvolvimento tão esperado e alardeado por lideranças que ser referem ao Brasil como “país do futuro”. Esse futuro muito prometido e pouco concretizado precisa vencer barreiras, como a fome, o desemprego, a miséria e a violência, que inviabilizam a busca por melhores condições de vida para uma parcela significativa da população.
Em 2021, o Brasil atingiu o maior contingente de pessoas em situação de pobreza desde o início da série histórica em 2012. Os dados são do Mapa da Nova Pobreza , estudo desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o documento, o número de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros(as) em 2021, o equivalente a um terço da população brasileira e que corresponde a 9,6 milhões a mais que 2019, ou seja, acima 18%.
A educação também foi fortemente impactada pela pandemia. Cerca de 5 milhões de estudantes deixaram de frequentar a escola ou perderam acesso às atividades escolares. O dado faz parte de levantamento, de 2021, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que também revelou a baixa permanência escolar e o alto índice de reprovação estudantil. Além disso, um estudo realizado pelo Movimento Todos Pela Educação com familiares de estudantes mostra que, entre 2019 e 2021, houve um aumento de 66% no número de crianças de 6 e 7 anos que, na percepção de seus responsáveis, não sabem ler e escrever. O número passou de 1,4 milhão em 2019 para 2,4 milhões em 2021.
A Suzano acredita que para erradicar a pobreza é preciso interferir estruturalmente na educação. É o que comprova o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apresenta que pessoas com diploma universitário no Brasil possuem renda 2,5 vezes maior do que aquelas que não concluíram o ensino superior.
A redução da pobreza, em sua multidimensionalidade, envolve questões monetária, insegurança alimentar, falta de acesso a serviços de saúde e saneamento básico e falta de acesso à educação de qualidade. Nesse sentindo, é um desafio crônico e essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil no qual a Suzano está comprometida.
Assim, a companhia tem um importante papel a exercer e quer ser parte da solução, não só no apoio ao desenvolvimento econômico, mas também na promoção da transformação social nos mais de 200 municípios em que está presente. É por isso que, em conjunto com organizações da sociedade civil e demais atores dessas localidades, a Suzano investe em programas de geração de renda e busca influenciar processos e políticas públicas, fortalecendo negócios locais sustentáveis que fazem parte da cultura de cada região.
O nosso Compromisso para diminuir a pobreza é de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza em nossas áreas de atuação até 2030. Três anos após a definição desse Compromisso, colecionamos importantes aprendizados e alcançamos resultados expressivos que mostram que estamos trilhando o caminho certo.”

Relevância para o Negócio:

“A sustentabilidade é inerente ao negócio da Suzano, que tem sua base nas florestas plantadas de eucalipto. Por isso, essa temática está intimamente ligada à estratégia do negócio e está sacramentada em nosso Planejamento Estratégico. Temos a nossa Visão estratégica de longo prazo, que se desdobra em cinco Avenidas Estratégicas – e uma delas é “Ser protagonista em sustentabilidade”.
O planejamento estratégico da Suzano é composto por um processo em três níveis, que contemplam nossa Visão de Longo Prazo, nossas Ambições e nossas Batalhas de Médio Prazo. No primeiro nível, nossa Visão considera um horizonte de 10 a 15 anos e é composta por três pilares:
• Continuar a ser referência do setor em eficiência, rentabilidade e sustentabilidade, da floresta ao cliente;
• Ser agente transformador na expansão em novos mercados para a nossa biomassa;
• Ser referência em soluções sustentáveis e inovadoras para bioeconomia e serviços ambientais, a partir da árvore cultivada.
Com base na Visão integrada de longo prazo, foram definidas cinco principais Ambições, que orientam o caminho da Suzano nos próximos anos e contemplam o segundo nível de nossa estratégia. As Ambições traduzem as Avenidas Estratégicas a serem perseguidas, que são os passos necessários para garantirmos o sucesso da companhia, e possuem um horizonte de tempo de cinco anos. São elas:
• Ser best-in-class na visão de custo total de celulose;
• Manter a relevância em celulose via bons projetos;
• Avançar nos elos da cadeia, sempre com vantagem competitiva;
• Ser arrojada na expansão em novos mercados;
• Ser protagonista em sustentabilidade.
É a partir dessa conexão da sustentabilidade com a estratégia de negócio que tiveram origem, em 2020, os 15 Compromissos para Renovar a Vida e que aqui vamos destacar a meta de redução da pobreza.
A estratégia social da Suzano possui três frentes de atuação: fortalecer o relacionamento com as comunidades, reduzir a pobreza e impulsionar a educação.
Para alcançarmos o ambicioso compromisso de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza nas nossas áreas de atuação até 2030, entendemos que é preciso ampliar a abrangência dos nossos programas de geração de renda, levando em consideração os níveis de desenvolvimento econômico e transformação social alcançados nas regiões de atuação.
Entendemos que a pobreza é multidimensional, ou seja, ela afeta as esferas da renda, saúde e educação na vida das pessoas. Desta forma, temos como foco o desenvolvimento de soluções com impacto direto na redução da pobreza, considerando sua multidimensionalidade, e que possam ser replicadas e expandidas em diferentes municípios em todas as regiões brasileiras. Os projetos realizados pela Suzano estão compreendidos sob a estrutura de seis programas estruturantes, que abrangem características regionais e vocações socioeconômicas dos locais onde são realizados. Os programas são: Extrativismo Sustentável; Reciclagem Inclusiva; Empreendedorismo; Redes de Abastecimento; Acesso ao Emprego; e Cadeia de Valor.
A definição da linha base da meta de diminuição da pobreza considera como “zero” o resultado em janeiro de 2020. Isso não significa que a Suzano não tenha retirado pessoas da linha de pobreza anteriormente. Significa apenas que, para governança e efeito do objetivo, as remoções serão contabilizadas a partir de 2020 (ano de divulgação do Compromisso), possibilitando uma avaliação e acompanhamento mais eficaz de seus resultados em termos de redução da pobreza e tornando a meta mais ambiciosa.
Acompanhar a evolução dos Compromissos para Renovar a Vida é algo extremamente importante e criterioso para a Suzano, pois temos que dar a devolutiva para a sociedade a respeito do que assumimos publicamente. Assim, o processo de evolução desses objetivos possui uma governança própria, que inclui o acompanhamento mensal realizado por Grupos de Trabalho específicos para cada Compromisso e o Fórum Estratégico dos Compromissos e dos Índices ESG. O Fórum se reúne para acompanhar e discutir o desempenho, os riscos e as oportunidades ligados aos Compromissos para Renovar a Vida e analisa os avanços em relação aos índices ESG.
Aqui vale uma pausa para explicarmos três conceitos que fazem parte da realidade da Suzano enquanto companhia de capital aberto:
– A sigla ESG, que em inglês diz respeito aos aspectos ambientais, sociais e de governança do negócio, se refere à incorporação de aspectos socioambientais na tomada de decisão de investimentos, impactando consequentemente na capacidade de gestão das empresas nessas temáticas;
– Os Ratings de Sustentabilidade analisam o risco e/ou impacto de sustentabilidade da companhia, atribuindo pontos de acordo com o desempenho e exposição ao risco de alguns critérios, com base em informações públicas. Os investidores acessam essas informações como suporte para a sua tomada de decisão no momento de alocar seus investimentos;
– Os Índices de Sustentabilidade são ferramentas que permitem quantificar o desempenho de sustentabilidade de uma empresa, contribuindo para a melhoria contínua das operações, nomeadamente através da orientação para as tendências de mercado, identificação de oportunidades e gestão de riscos ESG.
Voltando para a conexão dos Compromissos para Renovar a Vida e a rotina do negócio, desde 2020, toda a Diretoria Executiva da Suzano tem ao menos um dos Compromissos vinculado à sua remuneração variável, o que alinha toda a companhia no alcance dos resultados almejados. No caso específico da meta de redução da pobreza, ela está atrelada à remuneração variável do presidente da companhia.
Em relação aos índices e ratings ESG, temos evoluído de forma constante e melhorado a posição da Suzano, que está destacada entre as companhias melhores do Brasil e do mundo nas práticas relacionadas ao meio ambiente, social e governança. Em 2022, conquistamos:
– Avanço da nota A- para A no ranking CDP Segurança Hídrica, sendo classificada como líder em transparência corporativa e gestão hídrica. O CDP é uma organização internacional independente, que fornece um dos maiores e mais completos sistemas de avaliação e divulgação de impacto ambiental, voltado para empresas, cidades, estados e regiões. Nos outros dois questionários da organização, Mudanças Climáticas e Florestas, a Suzano manteve a nota A-, reconhecimento igualmente relevante e restrito às empresas que se mantêm alinhadas às melhores práticas de mercado;
– A seleção para integrar a carteira do Índice Dow Jones de Sustentabilidade de Mercados Emergentes (DJSI Emerging Markets), da S&P Global, um dos mais importantes índices do mundo. A companhia faz parte do grupo que reúne as 10% melhores empresas do setor de produtos florestais e papel;
– Evolução no ESG Risk Rating da Sustainalytics (empresa global de pesquisa, classificações e dados), saindo da posição de “Risco Médio” para “Baixo Risco”, o que significa que temos poucas chances de sofrer impactos relevantes em decorrência de aspectos sociais, ambientais e de governança;
– Presença na lista das empresas que compõe o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3, que conta com 34 companhias. O ISE é uma ferramenta que analisa a performance das companhias listadas sob o aspecto da sustentabilidade corporativa, justiça social, equilíbrio ambiental e governança corporativa.
Fazer parte desses índices e ratings significa passar por uma criteriosa avaliação de melhores práticas em sustentabilidade, considerando temas como governança corporativa, gestão ambiental, desenvolvimento do capital humano e desenvolvimento social, entre outros aspectos. A Suzano entende a importância de estar presente nesses índices e ratings para atestar a credibilidade de suas práticas, demonstrando a gestão proativa dos riscos inerentes ao negócio, e conferir reconhecimento externo à execução da sua agenda ESG, que atende aos rigorosos critérios exigidos pelo mercado, nossos acionistas e demais stakeholders. Por isso, imprimimos esforços constantes para seguir aprimorando nossas práticas.” “Em 2020, ao assumir o ambicioso Compromisso de reduzir a pobreza retirando 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030, a Suzano tinha a consciência de que era preciso rever seus programas de geração de renda, os indicadores, as metodologias e as parcerias desenvolvidas até então a fim de poder escalar as soluções em um nível que permita alcançar esse objetivo.
Com isso, a companhia iniciou, em paralelo com a condução dos projetos já em curso, uma revisão para aperfeiçoar seus programas. Uma das iniciativas conduzidas para conseguir ampliar o impacto de suas metas sociais foi a construção e adoção da Teoria da Mudança (TdM). Trata-se de uma metodologia que, de acordo com a ONG Center for Theory of Change, descreve “de maneira abrangente como e por que se espera que uma mudança desejada aconteça em um contexto particular.” A Teoria da Mudança tem como foco “mapear e preencher as lacunas entre o que um programa ou iniciativa de mudança faz (suas atividades e intervenções) e seus objetivos”. Ela faz isso identificando primeiro as metas desejadas no longo prazo e, em seguida, trabalhando a partir delas para identificar todas as condições (resultados) que devem estar em vigor (e como elas se relacionam causalmente umas com as outras metas) para que elas sejam alcançadas.
Nas ações de redução da pobreza da Suzano, o método da TdM torna visível o caminho necessário para se alcançar uma transformação social real a curto prazo (1-2 anos), médio prazo (5 anos) e longo prazo (10 anos). O primeiro passo na aplicação da TdM é admitir a existência de um problema social. Em seguida, são estabelecidos um propósito e uma visão de impacto. Após essa etapa, é desenvolvida a linha de responsabilidade, na qual são mensurados os resultados.
O processo envolve análise de resultados nos prazos estabelecidos e a estruturação de produtos destinados ao público de interesse da Suzano. Para isso, são traçadas estratégias, de acordo com a estrutura e orçamentos disponíveis, e colocadas em prática as atividades planejadas. A busca pelos resultados envolve investimento em pessoas, negócios, redes e governança capazes de criar e manter cadeias econômicas vivas.
A complexidade do Compromisso de redução da pobreza e o fato dele estar atrelado à remuneração da mais alta liderança da companhia deixa claro que alcançar esse objetivo não é responsabilidade de um único departamento da empresa. Na Suzano, temos clareza de que, para a sustentabilidade ser parte integrante do negócio como dizemos que é, ela precisa ser praticada de forma transversal em todas as áreas do negócio, com ampla visão sistêmica das implicações de todas as tomadas de decisão. Nesse contexto, atrelamos o componente social à contratação de novos e novas colaboradores(as) próprios(as) e prestadores(as) de serviço um componente social referente à vulnerabilidade de cada pessoa. Trata-se do programa Cadeia de Valor Suzano.
Incorporamos essas práticas ao nosso negócio ao observarmos tendências globais sobre relações sociais com comunidades. Temos a prática de trocar experiências com diferentes stakeholders do nosso ecossistema de relacionamento o que tem sido colocado em prática e gerado resultado real e perene de transformação. Uma das formas de acompanharmos se o nosso desempenho está no caminho certo é a partir de pesquisas globais que traçam um ranking sobre as práticas de sustentabilidade das companhias. A exemplo disso, a GlobeScan realiza, desde 1997 e em parceria com a SustainAbility/ERM, uma pesquisa anual feita com mais de 600 especialistas em sustentabilidade do mundo sobre as empresas que tem a sustentabilidade amarrada à estratégia de negócio e que conduzem as melhores práticas nessa temática. Dessa pesquisa, é feita uma seleta lista final na qual figuram as companhias que são fonte de inspiração em práticas de sustentabilidade. A Suzano já teve a honra de figurar nessa lista final nos anos de 2021 e 2022. Dentre todas as 17 empresas figuradas na lista final em 2022, a Suzano é a única empresa que possui uma meta pública de retirar pessoas da linha da pobreza.”

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“Com 99 anos de existência, a Suzano é uma empresa reconhecida pelo seu protagonismo e inovação no desenvolvimento de biossoluções a partir do eucalipto. Atualmente, é a maior produtora mundial de celulose, uma das maiores produtoras de papel da América Latina e referência no desenvolvimento de soluções sustentáveis de base renovável.
Pela natureza de nosso negócio, que depende diretamente dos ciclos naturais e do bom relacionamento com as comunidades nos locais em que atuamos, a sustentabilidade é tema primordial para nós. Ela é parte integrante da nossa estratégia de negócio e está na essência dos nossos Direcionadores de Cultura. Acreditamos que o que fazemos “só é bom para nós se for bom para o mundo”. E para construirmos um mundo mais justo e sustentável, é preciso protagonismo e atitudes transformadoras implementadas de forma sistêmica, a partir de um processo amplo de colaboração, envolvendo toda a sociedade, tendo como base o diálogo transparente e a formação de parcerias de valor.
E como fazer para materializar a sustentabilidade progressivamente em todas as nossas entregas, processos e relacionamentos? Temos como propósito “renovar a vida a partir da árvore”. Essa renovação deve acontecer em todos os aspectos do negócio: nos nossos processos, produtos, serviços, relacionamentos e na proposição de soluções que enderecem problemas latentes para o planeta e a sociedade. Assim, em fevereiro de 2020, a companhia divulgou seus Compromissos para Renovar a Vida – ambiciosas metas de longo prazo que devem ser executadas até 2030 e que estão alinhadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). São 15 Compromissos que endereçam questões urgentes e comuns a toda a sociedade, ligadas ao combate à crise climática, oferta de produtos renováveis, redução da pobreza, conservação da biodiversidade, dentre outras.
Quando definimos os nossos Compromissos, em 2020, não vivíamos ainda a pandemia de Covid-19, que contribuiu fortemente para um agravamento, por exemplo, nos índices de pobreza e de educação no Brasil. Infelizmente, essa nova realidade demonstrou como os nossos Compromissos fazem ainda mais sentido para o negócio e para a sociedade e o quanto investir na construção de soluções para essas questões é urgente.
Como uma companhia brasileira, entendemos a complexidade da realidade do País, que, infelizmente, se destaca como um dos mais desiguais do mundo, apesar de estar entre as 15 maiores economias globais. Segundo o relatório World Inequality Report (2022) , feito pelo World Inequality Lab, os 10% mais ricos no Brasil ganham quase 59% da renda nacional total, enquanto a metade mais pobre possui menos de 1% da riqueza do País. Essa desigualdade é fruto de um processo histórico e precisa de correções de rumo para que possamos atingir o potencial de desenvolvimento tão esperado e alardeado por lideranças que ser referem ao Brasil como “país do futuro”. Esse futuro muito prometido e pouco concretizado precisa vencer barreiras, como a fome, o desemprego, a miséria e a violência, que inviabilizam a busca por melhores condições de vida para uma parcela significativa da população.
Em 2021, o Brasil atingiu o maior contingente de pessoas em situação de pobreza desde o início da série histórica em 2012. Os dados são do Mapa da Nova Pobreza , estudo desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). De acordo com o documento, o número de pessoas com renda domiciliar per capita de até R$ 497 mensais atingiu 62,9 milhões de brasileiros(as) em 2021, o equivalente a um terço da população brasileira e que corresponde a 9,6 milhões a mais que 2019, ou seja, acima 18%.
A educação também foi fortemente impactada pela pandemia. Cerca de 5 milhões de estudantes deixaram de frequentar a escola ou perderam acesso às atividades escolares. O dado faz parte de levantamento, de 2021, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), que também revelou a baixa permanência escolar e o alto índice de reprovação estudantil. Além disso, um estudo realizado pelo Movimento Todos Pela Educação com familiares de estudantes mostra que, entre 2019 e 2021, houve um aumento de 66% no número de crianças de 6 e 7 anos que, na percepção de seus responsáveis, não sabem ler e escrever. O número passou de 1,4 milhão em 2019 para 2,4 milhões em 2021.
A Suzano acredita que para erradicar a pobreza é preciso interferir estruturalmente na educação. É o que comprova o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que apresenta que pessoas com diploma universitário no Brasil possuem renda 2,5 vezes maior do que aquelas que não concluíram o ensino superior.
A redução da pobreza, em sua multidimensionalidade, envolve questões monetária, insegurança alimentar, falta de acesso a serviços de saúde e saneamento básico e falta de acesso à educação de qualidade. Nesse sentindo, é um desafio crônico e essencial para o desenvolvimento sustentável do Brasil no qual a Suzano está comprometida.
Assim, a companhia tem um importante papel a exercer e quer ser parte da solução, não só no apoio ao desenvolvimento econômico, mas também na promoção da transformação social nos mais de 200 municípios em que está presente. É por isso que, em conjunto com organizações da sociedade civil e demais atores dessas localidades, a Suzano investe em programas de geração de renda e busca influenciar processos e políticas públicas, fortalecendo negócios locais sustentáveis que fazem parte da cultura de cada região.
O nosso Compromisso para diminuir a pobreza é de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza em nossas áreas de atuação até 2030. Três anos após a definição desse Compromisso, colecionamos importantes aprendizados e alcançamos resultados expressivos que mostram que estamos trilhando o caminho certo.”

Gestão da Prática Relatada:

“Para conseguir contribuir com a redução da desigualdade no mundo, a Suzano desempenha papel ativo na promoção do desenvolvimento local nos mais de 200 municípios brasileiros em que está presente. Isso acontece por meio de uma ampla rede de parcerias com empresas, organizações da sociedade civil, associações e cooperativas, poder público, entre outros. Essa atuação é norteada pela nossa estratégia social, que se divide em três pilares:
– Fortalecer o relacionamento com as comunidades: a partir de programas de engajamento, diálogos estruturados e de relacionamento constante e humanizado com comunidades vizinhas e tradicionais, comunicamos operações, mapeamos e impulsionamos oportunidades para o desenvolvimento local;
– Reduzir a pobreza: ao lado de parceiros, investimos em programas sociais com impacto direto na redução da pobreza em seis frentes: reciclagem inclusiva, extrativismo sustentável, empreendedorismo, redes de abastecimento, acesso ao emprego e acesso à cadeia de valor da Suzano;
– Impulsionar a educação: por meio do Programa Suzano de Educação, que forma gestores e educadores(as), fomenta políticas educacionais, fortalece a colaboração regional e a participação social.
Os programas de Relacionamento são construídos a partir de uma metodologia de engajamento comunitário, que representa um relacionamento estruturado de maior profundidade, inclusivo e contínuo, e que estabelece a Suzano como parceira do desenvolvimento local.
Essa metodologia considera as especificidades das diferentes realidades e partes interessadas envolvidas, privilegiando e valorizando o protagonismo de toda a comunidade, o desenvolvimento de lideranças legítimas, a construção de capital social e o resgate da cidadania e da autoestima. Além disso, incentiva e fortalece as redes locais, de forma a promover o diálogo e a solidariedade entre as partes.
Isso se dá na prática a partir da organização de um ciclo de diálogos estruturados, que tem como objetivos o compartilhamento de informações, a definição de metas de curto e longo prazos, ações e responsabilidades das partes envolvidas. Os programas nascem a partir das vocações e necessidades de cada localidade.
Para potencializar o desenvolvimento das comunidades vizinhas, a Suzano realiza vários programas e iniciativas de trabalho e renda, cultura, esporte e educação que sejam estruturantes no médio prazo e para que possam efetivamente colaborar com os municípios. No caso de doações, patrocínios e outras ações elas são pontuais e complementares ao investimento dessas iniciativas da estratégia social.
Em relação às iniciativas para a redução da pobreza, a Suzano realiza seis programas. São eles:
– Extrativismo Sustentável: seu objetivo é capacitar pessoas e cooperativas para extrair sustentavelmente produtos nativos. Um exemplo é a Parceria Suzano Funbio, que busca promover o extrativismo sustentável fortalecendo a gestão, produção e comercialização de produtos de comunidades do Maranhão;
– Reciclagem Inclusiva: busca incluir catadores(as) cooperados(as) e autônomos(as) na reciclagem e gestão de resíduos da Suzano. A Recicle Aracruz Cooperativa de coletores(as) que atua na fábrica da Suzano em Aracruz (ES) é um exemplo. A Cooperativa teve um aumento de 70% em sua renda;
– Empreendedorismo: investe no estímulo ao empreendedorismo apoiando mulheres e jovens a gerir negócios. O projeto Mãos que Valem Grupo de mulheres de Jacareí (SP) é uma das iniciativas desenvolvidas. Ele fortalece a produção e a comercialização de artesanato.
– Redes de Abastecimento: cria parcerias entre produtores rurais, comerciantes e clientes para fortalecer a segurança alimentar, a agricultura e a pecuária das regiões. Um exemplo é o projeto Agricultura Biodiversa que potencializa a geração de renda de produtores rurais por meio de modelos agrícolas sustentáveis.
– Acesso ao Emprego: capacita profissionaliza e promove conexões para acesso ao emprego formal. A Parceria com Senai – Suzano nas Comunidades é um dos exemplos. A iniciativa oferece gratuitamente cerca de 30 cursos ministrados pelo Senai a moradores de mais de 20 comunidades de São Mateus e de Conceição da Barra, no norte do Espírito Santo.
– Cadeia de Valor Suzano: estimula a contratação direta de pessoas e fornecedores ao longo da cadeia de valor da Suzano. Um exemplo de projeto é o Vale Contratar no Vale, que capacita e conecta pessoas em situação de pobreza possam ser contratadas pela Suzano ou por terceiros no Vale do Paraíba (SP).”

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“Atuar em mais de 200 municípios onde 3,3 milhões de pessoas vivem em situação de pobreza é um desafio de complexidades continentais – proporcionais ao tamanho do território brasileiro. Quando a Suzano assumiu o Compromisso de retirar 200 mil pessoas da linha da pobreza até 2030, ela estava ciente de que tudo o que fizesse, mesmo que começasse em escala piloto, teria que ter robustez suficiente para ser escalável e atender ao tamanho da ambição proposta. Por isso, fizemos a revisão dos programas e projetos dedicados à geração de renda, estabelecemos a Teoria da Mudança e ampliamos as parcerias com outras empresas, organizações sociais, atores locais e agentes públicos para conseguir avançar com essa meta. Em 2020, retiramos 2.285 pessoas da linha da pobreza; em 2021, 9.007; e em 2022, 18.341, totalizando 29.633. Esses resultados provam o quanto as ações estão se escalando e ganhando amplitude e abrangência.
A adoção da Teoria da Mudança é outro indicativo do potencial de replicação da nossa estratégia social, uma vez que o método adotado torna visível o caminho necessário para se alcançar uma transformação social real a curto prazo (1-2 anos), médio prazo (5 anos) e longo prazo (10 anos). O processo envolve a análise de resultados nos prazos estabelecidos e a estruturação de produtos destinados ao público de interesse da Suzano.
A estratégia traçada leva em consideração a estrutura e o orçamento disponíveis.
Acreditamos no poder de parcerias para fomentar a disseminação de práticas transformacionais. Esse é, inclusive, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, da ONU: 17 – Parcerias e Meios de Implementação. Abaixo estão descritos alguns exemplos de como se dão as parcerias nos programas de geração de renda realizados pela Suzano:
• Em parceria firmada entre a Associação dos Pequenos Produtores e Produtoras Rurais da Colônia Sapucaia (PA), Suzano e Parceiros pela Amazônia (PPA), foi destinado R$ 1,6 milhão para o desenvolvimento sustentável no sudeste Paraense. A parceria possibilitará a ampliação das práticas de produção agroecológica, extrativismo sustentável, elaboração de planos para comercialização dos produtos e estímulo ao ecoturismo comunitário regional, além de construir um centro de formação de modelos da Agricultura Agroecológica;
• Com o Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (FUNBIO), a Suzano anunciou uma nova parceria para a promoção do extrativismo sustentável no sudoeste do Maranhão. O projeto vai atender cerca de 1.700 pessoas e prevê a destinação de mais de R$ 4 milhões para fortalecer processos de gestão, produção e comercialização de produtos da sociobiodiversidade, em especial do açaí, babaçu, buriti, cajá e seus derivados.;
• Com a Fundação Banco do Brasil, a Suzano se uniu para impulsionar a cadeia do mel no Tocantins. O projeto, que beneficiará aproximadamente 800 pessoas, destinará R$ 1,3 milhão para serem investidos em assistência técnica, materiais e na construção de uma unidade de beneficiamento de mel.
Acreditamos no potencial das nossas parcerias e seguimos buscando novas conexões para dar a escala e abrangência necessárias às nossas ações para alcançarmos o Compromisso de redução da pobreza até 2030. Os resultados serão reportados ano a ano por meio do Relatório de Sustentabilidade da Suzano e estarão disponíveis, junto com a série histórica, na Central de Sustentabilidade da companhia.”