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Ano: 2023

Projeto Ilumina Pantanal

ENERGISA MATO GROSSO DO SUL – DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S.A.

Categoria: Produtos ou Serviços

Aspectos Gerais da Prática:

“O objetivo chave do projeto é a universalização do fornecimento de energia elétrica na planície pantaneira do estado de Mato Grosso do Sul possibilitando o desenvolvimento socioeconômico das comunidades da região e respeitando as restrições ambientais de um santuário que é reconhecido como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO. O Pantanal Sul-mato-grossense está localizado no estado do Mato Grosso do Sul, na região centro-oeste do país. Ocupando uma área de aproximadamente 150.355 km² no Brasil, o Pantanal é maior que países como Portugal (92.392 km²) Grécia (131.940 km²) e Áustria (83.858 km²). O bioma sofre influência direta da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica, além de ser uma das maiores superfícies alagadas do mundo. No Mato Grosso do Sul, área foco deste projeto, o Pantanal ocupa uma área de 89.819 km². A eletrificação de comunidades que não dispõe de acesso à energia elétrica, como é o caso do Pantanal melhora seus aspectos socioeconômicos porque o suprimento de energia traz novas perspectivas para a população envolvida. Nas regiões isoladas do Pantanal Sul-mato-grossense, destacam-se como obstáculos para esta eletrificação as grandes distâncias, baixa densidade demográfica e o alto impacto ambiental, pois é uma região de proteção ambiental. Acrescenta-se ainda o fato de ser uma das maiores superfícies alagadas do mundo, com particularidades ambientais e variações climáticas definidas, porém dinâmicas, o que torna a eletrificação com a infraestrutura de redes de energia elétrica e subestações da forma convencional inviável. Para a superação deste desafio foi necessário um longo e rigoroso trabalho de pesquisa, planejamento e execução que se adaptasse às necessidades dos habitantes e a dinâmica da região. O primeiro projeto para a eletrificação do pantanal foi desenhado no ano de 2005, e sua filosofia era pela adoção do sistema tradicional de eletrificação com a construção de duas subestações mais a construção de 150 km de redes de alta tensão e 4.131 km de redes de distribuição. A execução deste projeto se mostrou inviável por três motivos: 1. Restrições técnicas e ambientais do pantanal, 2. O investimento resultaria em um impacto tarifário estimado em 8%, 3. Investimento total da ordem de R$2,7 bilhões (valor atualizado), que seria equivalente a investir em um único projeto aproximadamente 10 ciclos anuais de investimento da companhia. No ano de 2013, quando a Energisa Mato Grosso do Sul assumiu a área de concessão da então Enersul, o realizou com o compromisso junto ao poder concedente de buscar alternativas sustentáveis para a universalização do atendimento daquela área. Desta forma, iniciamos em 2015, em conjunto com os Institutos Lactec e CSA Consultoria Socioambiental, um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) com as seguintes finalidades: 1. Censo socioeconômico do pantanal, com a localização e levantamento das necessidades de consumo, 2. Pesquisa da tecnologia de fornecimento de energia mais sustentável dado as restrições ambientais, técnicas e econômicas. Foi parceiro nesta etapa o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL, e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, cooperando tecnicamente e fornecendo mapas de zoneamento e restrições ambientais, bem como apoiando e orientando no levantamento regulatório da questão ambiental no bioma do Pantanal. Os resultados desta etapa geraram denso material científico, que foi publicado em 2017 pela editora Margem da Palavra sobre o título “Eletrificação de regiões remotas: estudo de alternativas e aplicação no Pantanal Sul-mato-grossense”. E com a conclusão desta etapa foram definidos os Sistemas Individuais de Geração de energia com Fonte Intermitente com base em energia solar (SIGFI) como a solução mais eficiente, com menor impacto ambiental e custo de atendimento por consumidor dentro de uma margem prudente. Outro stakeholder importante desta fase foi o CONCEN – Conselho de Consumidores da Area de Concessão da Energisa MS. Juntamente com o CONCEN promovemos audiências públicas e reuniões nos 7 municípios atingidos pela planície do Pantanal promovendo com os habitantes, produtores rurais e associações a o debate sobre a solução de fornecimento mais adequada e viável para os desafios da planície. Esta série de reuniões e audiências nos aproximou bastante dos sindicatos, em especial o Sindicato Rural de Corumbá, o que nos aproximou bastante dos produtores rurais da região e nos promoveu uma rede de apoio de infraestrutura do pantanal que se mostrou fundamental para o projeto posteriormente, na etapa de implantação. O motivo desta série de debates e audiências foi buscar o apoio dos clientes necessário para a homologação da revisão do Plano de Universalização Rural da Energisa MS – EMS na região do Pantanal Sul Matogrossense. E tal iniciativa surtiu o seu efeito desejado com a publicação, em 13/08/2018 da Resolução Homologatória ANEEL N° 2.434 permitindo a Energisa adotar os sistemas SIGFI no atendimento a um total de 2.090 clientes na região. Com a definição da tecnologia mais eficiente para fonte de geração como uma fonte intermitente, que é o sol, e a homologação da universalização do atendimento com a adoção destes sistemas individuais, agora era necessário definir uma forma de armazenamento desta energia para utilização nos momentos de indisponibilidade da radiação solar bem como os equipamentos e logística associada com a instalação destes antes de se iniciar a universalização em si. Dando continuidade ao objetivo do projeto como um todo, no ano de 2018 demos início a um novo projeto de Pesquisa e Desenvolvimento com o Instituto Lactec, implantando 22 protótipos de SIGFI com finalidade determinar a tecnologia mais adequada para expandir o atendimento a, aproximadamente, duas mil unidades consumidoras. Os protótipos foram implementados testando três diferentes tecnologias de bateria, sendo elas OPzS, PbC e Ion-Lítio. O objetivo é avaliar a performance de cada sistema com as diferentes tecnologias de bateria na expansão do atendimento. Para a distribuição destes protótipos dentro do Pantanal considerou-se os aspectos ambientais e de acesso. Para as regiões de Corumbá, Albuquerque e Coimbra, o acesso é realizado de modo fluvial pelo rio Paraguai. Também para a região sul do Paiaguás o acesso é fluvial via rio Taquari. As regiões de acesso fluvial são compostas majoritariamente por ribeirinhos e pequenos produtores pecuários. Já para as demais regiões, o acesso é terrestre via estradas em condições precárias e que podem ficar inacessíveis durante o período de chuvas. A conclusão desta etapa, em 2020, nos proporcionou uma dimensão adequada do desafio logístico, o que possibilitou o desenvolvimento de um planejamento detalhado da logística de implantação, desde a formatação do plano de ataque, com equipes trabalhando em regime “alongado” até o dimensionamento de modais, frotas, equipes e as bases avançadas pelo pantanal. Mas o principal ganho desta etapa foi a definição da tecnologia de armazenamento de Ion-lítio com o a mais eficaz para aplicação no pantanal. Além da menor necessidade de manutenção em relação as baterias estacionárias convencionais que exigem a troca periódica do eletrólito, e a eliminação do risco de vazamento e contaminação do solo, a bateria de Lítio é 1/3 do peso e 1/6 do tamanho das baterias tradicionais de Chumbo Ácido. Esta diferença de peso e tamanho tem elevada vantagem na logística, reduzindo seus custos de implantação, e mitiga o impacto ambiental e visual, com sistemas menores e compactos produzindo a mesma quantidade de energia elétrica! O gerenciamento dos riscos no Ilumina Pantanal surge desde o plano de gerenciamento até o seu monitoramento e controle dos riscos, onde foram analisados os riscos nas áreas de escopo, cronograma, custos, recursos e riscos gerais ao projeto. O desenvolvimento deste plano foi realizado em conjunto com a Eletrobrás e o Ministério de Minas e Energia, que culminou em uma série de projetos executivos e documentos detalhados dentro do “Programa de Obras para Atendimento a Comunidades Remotas do Pantanal no Mato Grosso do Sul”. A elaboração deste plano indicou a necessidade de investimento de R$148,0 milhões e um prazo de 11 meses para sua realização. Tal plano foi apresentado e discutido em conjunto com técnicos da Eletrobras e Ministério de Minas e energia, mostrando a viabilidade da aplicação do Ion-lítio, seu impacto nos manuais dos programas de universalização de áreas remotas, bem como a necessidade de fundos setoriais para a realização do programa mitigando o impacto na tarifa do consumidor do estado de Mato Grosso do Sul. Desta forma, foram liberados R$ 76.306.800,00 provenientes da Conta de Desenvolvimento Energética (CDE), fundo que é gerido pelo Ministério de Minas e Energia. A diferença entre o custeio da CDE e o investimento total necessário para o projeto seria realizada com recursos próprios do acionista, vindo a compor posteriormente a base de remuneração da empresa. Logo antes do início planejado para a implantação, no dia 20/03/2020 é decretado estado de calamidade pública no Brasil em decorrência da pandemia do coronavírus e a implantação do projeto é então adiada por necessidade de revisão dos procedimentos de biossegurança tanto com os colaboradores quanto com a comunidade afetada. Após a viabilização de novos procedimentos de biossegurança, em outubro de 2020 iniciamos o planejamento detalhado da necessidade de recursos e dos desafios para o atendimento as metas de universalização entre junho de 2021 e abril e 2022. Este planejamento detalhado e todo o aprendizado com o projeto de P&D nos permitiu um desenho assertivo do processo de Request For Proposal – RFP e contratação. Neste processo firmamos um contrato de três partes figurando Energisa, Omexom e Ceneged com as seguintes responsabilidades: • Energisa: Contratante • Omexom: Fornecimento de equipamentos • Ceneged: Fornecimento de mão de obra Neste planejamento optamos por trabalhar com quatro bases avançadas no modal terrestre e uma base avançada para o modal fluvial. Considerando que o regime de trabalho avançado ainda era uma novidade para o negócio de distribuição, contratamos a consultoria do Serviço Social da Indústria – SESI, que já possui notada expertise no assunto, nos orientando e apoiando quanto a infraestrutura, Equipamentos de Proteção Individual e Coletivos – EPIs e EPCs, regime de trabalho e transporte das equipes de trabalhadores. Também contamos com a importante fiscalização e consultoria da Ecossistema Natural Engenharia e Consultoria Ambiental LTDA orientando quanto aos processos ambientais e gestão dos resíduos sólidos gerados pelo processo de implantação. Em junho de 2021 demos início ao atendimento físico das 2.090 unidades consumidoras com a linha de base do projeto prevendo a conclusão do processo de implantação em abril/22. Esta linha de base foi superada em 14/02/2022 com a conclusão do atendimento de 2.090 clientes.”

Relevância para o Negócio:

“O negócio de distribuição de Energia elétrica é concessão da união e é fiscalizado e regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL. Neste sentido, em 2018 a agência publicou a Resolução Homologatória Número 2.434 homologando o plano de universalização do atendimento para a região do Pantanal apresentado pela Energisa Mato Grosso do Sul e definindo 2021 como ano limite para o atendimento. Com esta definição regulatória, a Energisa MS passou a ter a obrigação de atender a todos os domicílios rurais daquela região aplicando os sistemas SIGFI desenvolvidos pela companhia e homologados pela agência. Logo, o atendimento destes clientes na planície pantaneira configura uma obrigação de negócio, um compromisso para com o poder concedente. E o atendimento a esta obrigação, se pautando pela utilização de uma solução de geração de energia elétrica 100% renovável, casa com um dos eixos de negócio da companhia que é o desenvolvimento sustentável. Em termos de faturamento as comunidades atendidas representam menos de 0,02% do volume de negócios, não sendo representativas nesta dimensão. Entretanto, do ponto de vista de imagem e reputação da marca o atendimento a estas comunidades no santuário ecológico do Pantanal sem impacto socioambiental e promovendo a transformação social de seus moradores tem valor significativo para a marca. Em pleno século XXI, a história de que muitas famílias da região pantaneira desconheciam a energia elétrica, chamou a atenção da mídia nacional e o Projeto Ilumina Pantanal, conhecido localmente pela divulgação da imprensa regional, ganhou o mundo por meio da sensibilidade e novas oportunidades que a ‘luz’ trouxe para tanta gente. As matérias alcançaram, em média, mais de 1.7 mil publicações que, classificadas majoritariamente com sentimento positivo e neutro, destacaram a transformação dessa comunidade diante dos benefícios oferecidos pelo fornecimento de energia. As reportagens suscitaram mídia espontânea nos maiores veículos de comunicação do País (Rede Globo, SBT, Record e Bandeirantes), bem como em inúmeros sites de notícias, blogs, emissoras de rádio, e também redes sociais mundo afora. A repercussão trazida pela imprensa engloba ainda, a participação de integrantes do Projeto Ilumina Pantanal na COP 26, mostrando que a descarbonização e a democratização do acesso à energia elétrica é um eixo de negócio da Energisa, além das premiações que consagraram a iniciativa como o melhor projeto do mundo de Energia Solar e Armazenamento. Esta premiação ocorreu com a aplicação em 2021 do projeto para o prêmio Solar & Storage Awards, em 2021 em Birmigham – UK. O Ilumina Pantanal levou o prêmio de Melhor Projeto de Solar e Armazenamento do mundo aquele ano. Também em fevereiro de 2023 o projeto foi uma das poucas iniciativas brasileiras a ganhar espaço na Distributech International em San Diego – CA. Esta é a maior feira do setor de distribuição de energia elétrica do mundo, e a apresentação do trabalho em conferência proporcionou networking e possibilidades com empresas americanas, da Índia e da Malásia.” “O principal aspecto inovador do projeto foi a metodologia de desenvolvimento da solução de atendimento em si. Até o início do desenvolvimento das pesquisas em 2016 não haviam propostas sustentáveis para uma alternativa de fornecimento de energia elétrica no pantanal que não considerassem a aplicação de redes convencionais. Esta metodologia passou pelas etapas de: 1. Levantamento socioambiental, realizando um verdadeiro censo demográfico no pantanal, 2. Diagnóstico socioambiental, 3. Avaliação socioambiental das alternativas tecnológicas, 4. Análise geoespacial, 5. Análise dos indicadores socioambientais como subsídio a tomada de decisão Os passos e o resultado da aplicação desta metodologia foram publicados no livro “Eletrificação de Regiões Remotas: Estudo de Alternativas e Aplicação no Pantanal Sul-mato-grossense” publicado pela Editora Urutau em 2017. Outro aspecto importante de inovação foi a aplicação da tecnologia de armazenamento. Devido ao seu elevado custo inicial (CAPEX) e a incerteza quanto a sua eficiência na aplicação off-grid as baterias de Ion-lítio não se configuravam como escolha de tecnologia de armazenamento. E até o desenvolvimento das pesquisas que chancelaram a nossa solução de atendimento, a tecnologia de armazenamento dos sistemas off-grid (sistemas de suprimento de energia elétrica desconectados da rede de distribuição de energia) era primariamente composta por bancos de baterias estacionários de Chumbo-ácido. A tecnologia de chumbo ácido tem alguns aspectos que tornam sua aplicação não desejável para o caso do pantanal. O constante risco de vazamento do eletrólito (ácido sulfúrico) deste tipo de bateria implica na construção de bacias de contenção, mas que por sua vez podem contaminar não o solo, mas a fauna ou as pessoas que utilizam do sistema. Outro aspecto negativo desta aplicação é a necessidade rotineira de manutenção, com a limpeza de suas conexões (afetadas pelo vapor ácido) e recarga do eletrólito. No pantanal, onde as distâncias são grandes e as vias de acesso são raras e rudimentares, é imperativo reduzir a necessidade de deslocamento. A frequência de visitas demandada por uma solução de atendimento pode facilmente inviabilizar a sua aplicação. Desta forma, e como já citado na introdução, um dos objetivos da segunda fase do projeto de P&D foi determinar qual seria a tecnologia de armazenamento mais eficaz para aplicação no pantanal. Nesta fase foram testadas três diferentes tecnologias de bateria, sendo elas OPzS, PbC e Ion-Lítio. O instituto Lactec, que conta com um dos laboratórios de testagem mais avançados do país, realizou testes de envelhecimento acelerado nas células de armazenamento das diferentes tecnologias. Nestes testes os equipamentos são postos a prova, enfrentando elevadas temperaturas e correntes de carga e descarga a fim de testar a sua vida útil. Em campo, os protótipos foram munidos com sensores de umidade, temperatura, chuva, vento, luminosidade, corrente e tensão com o fim de monitorar os equipamentos e os parâmetros de campo a fim de comparar o desempenho de cada tecnologia de armazenamento. Nestes testes, aplicando a técnica de LCOE – Levelized Cost Of Energy (custo nivelado da energia de uma solução durante a sua vida útil) foi possível comparar cada uma das aplicações, sendo que neste quesito a tecnologia de Ion Lítio se mostrou vantajosa e vencedora. A título de comparação, o LCOE de uma bateria de chumbo ácido operando em regime agressivo pode chegar a R$109,68/kWh enquanto, operando nas mesmas condições uma bateria de Íon-lítio apresentaria um LCOE de R$24,07/kWh se mostrando uma solução com viabilidade econômica muito superior. Como já explicitado, tradicionalmente as aplicações Off-grid no Brasil eram baseadas na utilização de bancos de bateria de chumbo ácido. Com a aplicação do Íon-lítio os manuais setoriais de engenharia para Off-grid se tornaram obsoletos, e foi necessário realizar uma campanha junto a ANEEL, MME e Eletrobras com o fim de demonstrar a necessidade da alteração destes manuais e a adoção de novos parâmetros de projeto. Para o desenvolvimento do nosso projeto a ANEEL despachou uma autorização específica, reduzindo o dimensionamento do banco de baterias devido a eficiência da solução que adotamos. Posteriormente, com a publicação da Resolução Normativa N° 1.000 em 2021 o assunto foi regulamentado no seu artigo 521 com a alteração parâmetro de cálculo para o dimensionamento do banco, setando este em 32 horas de autonomia. Em 07 de setembro de 2021 foi publicado na revista Renewable Energy, da Elsevier o paper “Quasi-dynamic operation and maintenance plan for photovoltaic systems in remote areas: The framework of Pantanal-MS”. Esta publicação abrangeu especialmente os aspectos do projeto que implicam no planejamento da sua rotina de Operação e Manutenção, otimizada pela aplicação das baterias de Íon-lítio. Com a publicação dos trabalhos e artigos em veículos de relevância internacional, passaram a surgir outros projetos semelhantes no país, adotando a mesma solução baseada nas baterias de Ion-lítio, como nos projetos da Ilha de Marajó, Vila Restauração e outros projetos dentro do programa federal “Mais Luz para a Amazônia” consagrando a solução desenvolvida pela Energisa MS como a nova fronteira de aplicação para Off Grid.”

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“O objetivo chave do projeto é a universalização do fornecimento de energia elétrica na planície pantaneira do estado de Mato Grosso do Sul possibilitando o desenvolvimento socioeconômico das comunidades da região e respeitando as restrições ambientais de um santuário que é reconhecido como Reserva da Biosfera e Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO. O Pantanal Sul-mato-grossense está localizado no estado do Mato Grosso do Sul, na região centro-oeste do país. Ocupando uma área de aproximadamente 150.355 km² no Brasil, o Pantanal é maior que países como Portugal (92.392 km²) Grécia (131.940 km²) e Áustria (83.858 km²). O bioma sofre influência direta da Amazônia, do Cerrado e da Mata Atlântica, além de ser uma das maiores superfícies alagadas do mundo. No Mato Grosso do Sul, área foco deste projeto, o Pantanal ocupa uma área de 89.819 km². A eletrificação de comunidades que não dispõe de acesso à energia elétrica, como é o caso do Pantanal melhora seus aspectos socioeconômicos porque o suprimento de energia traz novas perspectivas para a população envolvida. Nas regiões isoladas do Pantanal Sul-mato-grossense, destacam-se como obstáculos para esta eletrificação as grandes distâncias, baixa densidade demográfica e o alto impacto ambiental, pois é uma região de proteção ambiental. Acrescenta-se ainda o fato de ser uma das maiores superfícies alagadas do mundo, com particularidades ambientais e variações climáticas definidas, porém dinâmicas, o que torna a eletrificação com a infraestrutura de redes de energia elétrica e subestações da forma convencional inviável. Para a superação deste desafio foi necessário um longo e rigoroso trabalho de pesquisa, planejamento e execução que se adaptasse às necessidades dos habitantes e a dinâmica da região. O primeiro projeto para a eletrificação do pantanal foi desenhado no ano de 2005, e sua filosofia era pela adoção do sistema tradicional de eletrificação com a construção de duas subestações mais a construção de 150 km de redes de alta tensão e 4.131 km de redes de distribuição. A execução deste projeto se mostrou inviável por três motivos: 1. Restrições técnicas e ambientais do pantanal, 2. O investimento resultaria em um impacto tarifário estimado em 8%, 3. Investimento total da ordem de R$2,7 bilhões (valor atualizado), que seria equivalente a investir em um único projeto aproximadamente 10 ciclos anuais de investimento da companhia. No ano de 2013, quando a Energisa Mato Grosso do Sul assumiu a área de concessão da então Enersul, o realizou com o compromisso junto ao poder concedente de buscar alternativas sustentáveis para a universalização do atendimento daquela área. Desta forma, iniciamos em 2015, em conjunto com os Institutos Lactec e CSA Consultoria Socioambiental, um projeto de pesquisa e desenvolvimento (P&D) com as seguintes finalidades: 1. Censo socioeconômico do pantanal, com a localização e levantamento das necessidades de consumo, 2. Pesquisa da tecnologia de fornecimento de energia mais sustentável dado as restrições ambientais, técnicas e econômicas. Foi parceiro nesta etapa o Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul – IMASUL, e o Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, cooperando tecnicamente e fornecendo mapas de zoneamento e restrições ambientais, bem como apoiando e orientando no levantamento regulatório da questão ambiental no bioma do Pantanal. Os resultados desta etapa geraram denso material científico, que foi publicado em 2017 pela editora Margem da Palavra sobre o título “Eletrificação de regiões remotas: estudo de alternativas e aplicação no Pantanal Sul-mato-grossense”. E com a conclusão desta etapa foram definidos os Sistemas Individuais de Geração de energia com Fonte Intermitente com base em energia solar (SIGFI) como a solução mais eficiente, com menor impacto ambiental e custo de atendimento por consumidor dentro de uma margem prudente. Outro stakeholder importante desta fase foi o CONCEN – Conselho de Consumidores da Area de Concessão da Energisa MS. Juntamente com o CONCEN promovemos audiências públicas e reuniões nos 7 municípios atingidos pela planície do Pantanal promovendo com os habitantes, produtores rurais e associações a o debate sobre a solução de fornecimento mais adequada e viável para os desafios da planície. Esta série de reuniões e audiências nos aproximou bastante dos sindicatos, em especial o Sindicato Rural de Corumbá, o que nos aproximou bastante dos produtores rurais da região e nos promoveu uma rede de apoio de infraestrutura do pantanal que se mostrou fundamental para o projeto posteriormente, na etapa de implantação. O motivo desta série de debates e audiências foi buscar o apoio dos clientes necessário para a homologação da revisão do Plano de Universalização Rural da Energisa MS – EMS na região do Pantanal Sul Matogrossense. E tal iniciativa surtiu o seu efeito desejado com a publicação, em 13/08/2018 da Resolução Homologatória ANEEL N° 2.434 permitindo a Energisa adotar os sistemas SIGFI no atendimento a um total de 2.090 clientes na região. Com a definição da tecnologia mais eficiente para fonte de geração como uma fonte intermitente, que é o sol, e a homologação da universalização do atendimento com a adoção destes sistemas individuais, agora era necessário definir uma forma de armazenamento desta energia para utilização nos momentos de indisponibilidade da radiação solar bem como os equipamentos e logística associada com a instalação destes antes de se iniciar a universalização em si. Dando continuidade ao objetivo do projeto como um todo, no ano de 2018 demos início a um novo projeto de Pesquisa e Desenvolvimento com o Instituto Lactec, implantando 22 protótipos de SIGFI com finalidade determinar a tecnologia mais adequada para expandir o atendimento a, aproximadamente, duas mil unidades consumidoras. Os protótipos foram implementados testando três diferentes tecnologias de bateria, sendo elas OPzS, PbC e Ion-Lítio. O objetivo é avaliar a performance de cada sistema com as diferentes tecnologias de bateria na expansão do atendimento. Para a distribuição destes protótipos dentro do Pantanal considerou-se os aspectos ambientais e de acesso. Para as regiões de Corumbá, Albuquerque e Coimbra, o acesso é realizado de modo fluvial pelo rio Paraguai. Também para a região sul do Paiaguás o acesso é fluvial via rio Taquari. As regiões de acesso fluvial são compostas majoritariamente por ribeirinhos e pequenos produtores pecuários. Já para as demais regiões, o acesso é terrestre via estradas em condições precárias e que podem ficar inacessíveis durante o período de chuvas. A conclusão desta etapa, em 2020, nos proporcionou uma dimensão adequada do desafio logístico, o que possibilitou o desenvolvimento de um planejamento detalhado da logística de implantação, desde a formatação do plano de ataque, com equipes trabalhando em regime “alongado” até o dimensionamento de modais, frotas, equipes e as bases avançadas pelo pantanal. Mas o principal ganho desta etapa foi a definição da tecnologia de armazenamento de Ion-lítio com o a mais eficaz para aplicação no pantanal. Além da menor necessidade de manutenção em relação as baterias estacionárias convencionais que exigem a troca periódica do eletrólito, e a eliminação do risco de vazamento e contaminação do solo, a bateria de Lítio é 1/3 do peso e 1/6 do tamanho das baterias tradicionais de Chumbo Ácido. Esta diferença de peso e tamanho tem elevada vantagem na logística, reduzindo seus custos de implantação, e mitiga o impacto ambiental e visual, com sistemas menores e compactos produzindo a mesma quantidade de energia elétrica! O gerenciamento dos riscos no Ilumina Pantanal surge desde o plano de gerenciamento até o seu monitoramento e controle dos riscos, onde foram analisados os riscos nas áreas de escopo, cronograma, custos, recursos e riscos gerais ao projeto. O desenvolvimento deste plano foi realizado em conjunto com a Eletrobrás e o Ministério de Minas e Energia, que culminou em uma série de projetos executivos e documentos detalhados dentro do “Programa de Obras para Atendimento a Comunidades Remotas do Pantanal no Mato Grosso do Sul”. A elaboração deste plano indicou a necessidade de investimento de R$148,0 milhões e um prazo de 11 meses para sua realização. Tal plano foi apresentado e discutido em conjunto com técnicos da Eletrobras e Ministério de Minas e energia, mostrando a viabilidade da aplicação do Ion-lítio, seu impacto nos manuais dos programas de universalização de áreas remotas, bem como a necessidade de fundos setoriais para a realização do programa mitigando o impacto na tarifa do consumidor do estado de Mato Grosso do Sul. Desta forma, foram liberados R$ 76.306.800,00 provenientes da Conta de Desenvolvimento Energética (CDE), fundo que é gerido pelo Ministério de Minas e Energia. A diferença entre o custeio da CDE e o investimento total necessário para o projeto seria realizada com recursos próprios do acionista, vindo a compor posteriormente a base de remuneração da empresa. Logo antes do início planejado para a implantação, no dia 20/03/2020 é decretado estado de calamidade pública no Brasil em decorrência da pandemia do coronavírus e a implantação do projeto é então adiada por necessidade de revisão dos procedimentos de biossegurança tanto com os colaboradores quanto com a comunidade afetada. Após a viabilização de novos procedimentos de biossegurança, em outubro de 2020 iniciamos o planejamento detalhado da necessidade de recursos e dos desafios para o atendimento as metas de universalização entre junho de 2021 e abril e 2022. Este planejamento detalhado e todo o aprendizado com o projeto de P&D nos permitiu um desenho assertivo do processo de Request For Proposal – RFP e contratação. Neste processo firmamos um contrato de três partes figurando Energisa, Omexom e Ceneged com as seguintes responsabilidades: • Energisa: Contratante • Omexom: Fornecimento de equipamentos • Ceneged: Fornecimento de mão de obra Neste planejamento optamos por trabalhar com quatro bases avançadas no modal terrestre e uma base avançada para o modal fluvial. Considerando que o regime de trabalho avançado ainda era uma novidade para o negócio de distribuição, contratamos a consultoria do Serviço Social da Indústria – SESI, que já possui notada expertise no assunto, nos orientando e apoiando quanto a infraestrutura, Equipamentos de Proteção Individual e Coletivos – EPIs e EPCs, regime de trabalho e transporte das equipes de trabalhadores. Também contamos com a importante fiscalização e consultoria da Ecossistema Natural Engenharia e Consultoria Ambiental LTDA orientando quanto aos processos ambientais e gestão dos resíduos sólidos gerados pelo processo de implantação. Em junho de 2021 demos início ao atendimento físico das 2.090 unidades consumidoras com a linha de base do projeto prevendo a conclusão do processo de implantação em abril/22. Esta linha de base foi superada em 14/02/2022 com a conclusão do atendimento de 2.090 clientes.”

Gestão da Prática Relatada:

“Escopo e Planejamento A primeira etapa para estruturação de um projeto é a definição do seu escopo. O projeto Ilumina Pantanal possui um escopo do projeto, como também possui um escopo do produto, o qual está ligado aos requisitos técnicos dos sistemas SIGFI’s a serem implantados. Estes requisitos foram observados ao longo período do projeto de P&D, direcionando qual seriam os requisitos do produto que se espera para este projeto: • Sistema SIGFI para atendimento básico de equipamentos de uso do cotidiano (lâmpadas, geladeira, ventilador, televisão, entre outros) com disponibilidade de 80kWh/mês ao usuário; • Prover um sistema que tenha capacidade de armazenamento de energia para uso em até dois dias em casos de ausência de sol; • Utilização de baterias de lítio, devido as suas características técnicas, econômicas e físicas; • Sistema compacto, de fácil movimentação logística e alta robustez; • Instalação de kit interno a residência do usuário contendo um disjuntor, três lâmpadas e duas tomadas; Sistema provido de dispositivos de proteções relacionadas a curtos-circuitos, descargas atmosféricas e demais ocorrências que o próprio cliente possa ocasionar em um possível mal-uso. Dados os requisitos do produto, foi possível elaborar e conceber um produto final a ser aplicado em massa para os potenciais usuários do sistema na região do Pantanal. O projeto por fazer parte do programa LPT segue alguns requisitos do mesmo (Grupo de Trabalho MME, ELETROBRAS e EPE, 2014), onde foram descritos da seguinte forma: • Avaliação da quantidade de usuários locados no interior do pantanal. Visto que o levantamento executado nos anos de 2015 a 2017, onde se chegou ao número de 2090 unidades de SIGFI’s; • Instalações dos sistemas apenas em propriedades as quais nunca tiveram acesso à energia elétrica, sendo a instalação dos mesmos como o primeiro atendimento; • Instalação de sistemas apenas nos locais que são caracterizados como habitações, igrejas, escolas e refeitórios. Excluindo qualquer tipo de instalação em galpões, currais e áreas de lazer; • Atendimento de todas as famílias que se encontram locadas no interior Pantanal, mesmo aquelas que não se encontram no levantamento. Visto que houve um crescimento vegetativo no pantanal desde o levantamento até a data da execução; • Levantamento de dados dos usuários de acordo com o formulário estabelecido; • Execução de serviços de instalação sem custo ao usuário; • Elaboração de evidências de execução dos serviços; • Orientação do usuário sobre o uso correto do sistema; • Relatórios semanais de avanços das atividades do projeto como medida de controle; • Cumprimento de todas as Normas de Saúde segurança e meio ambiente. A partir dos requisitos do produto e do projeto já definidos foi elaborado a definição de escopo geral do projeto, visando entender qual o trabalho a ser executado. Então para definição do planejamento do projeto foram organizadas todas as entregas a serem feitas em cada fase, dividindo estes trabalhos de forma clara, não redundante e hierárquica. Este trabalho de organização é chamado de Estrutura Analítica do Projeto [EAP], que possui níveis hierárquicos divididos de acordo com as fases do projeto e separados em pacotes de trabalhos, com o objetivo de demonstrar de forma clara a estruturação do escopo planejado para o projeto. Com a estruturação da EAP foi possível utilizá-la para a medição e controle do projeto, acompanhando os avanços das entregas conforme detalhado na fase de planejamento, trazendo a análise da aderência dos avanços do projeto em relação ao planejado. Como também o detalhamento das atividades dentro dos pacotes de trabalho estabelecidos, iniciando assim o detalhamento do cronograma do projeto. Os requisitos do projeto Ilumina Pantanal foram abordados ao longo das etapas do projeto P&D, que serviu como a base de todo o planejamento e definição do escopo do projeto Ilumina Pantanal, onde a partir de toda essa base foi possível a elaboração da EAP do projeto. Cronograma do projeto A definição das atividades foi realizada com uma visão especializada sobre o escopo do projeto e o que seria feito para que as entregas fossem realizadas, como também a definição de marcos, que são os eventos significativos do projeto. O sequenciamento das atividades foi realizado criando uma sequência lógica de execução, garantindo que todas as atividades estivessem conectadas, exceto a primeira e a última atividade. Com o sequenciamento destas atividades foi então necessário estabelecer as suas durações, o qual é processo que define o tempo necessário para a realização de cada atividade listada. Porém estas durações estão diretamente ligadas aos recursos estimados para cada atividade, visto que os recursos impactam diretamente no índice produtivo de uma atividade podendo reduzir ou alongar a duração da mesma. Com as atividades listadas, sequenciadas e com as durações estimadas foi possível elaborar o cronograma do projeto Ilumina Pantanal para sua execução, monitoramento e controle. O cronograma do projeto Ilumina Pantanal foi elaborado por equipe especializada, observando as lições aprendidas em relação a construção de SIGFI’s dos pilotos da fase de P&D e as variações extremas que ocorrem nas regiões pantaneiras ao longo do ano, principalmente nos períodos de seca e nos períodos chuvosos. Os recursos foram estimados de forma a buscar a melhor performance nos períodos do ano mais propícios para o melhor avanço na execução das atividades de construção dos SIGFI’s. Com a aprovação da linha de base pelo PMO, seguiu-se uma reunião de Kick Off Meeting – KOM realizada em dezembro de 2020 e que deu início efetivo as ações de contratação de pessoas e recursos para o projeto. Para estimativa dos custos do projeto Ilumina Pantanal utilizamos inicialmente os dados realizados no P&D e extrapolamos para um universo de 2090 unidades incorporando ganhos de eficiência e escala e também incorporando a análise dos riscos associados a execução de um projeto em uma região remota, de difícil acesso e com escassez absoluta de infraestrutura como é a região pantaneira. Este custo foi posteriormente reajustado de acordo com as rodadas das propostas técnicas e comerciais que ocorreram nas fases de contratação das prestadoras de serviço. O projeto Ilumina Pantanal por possuir um escopo, prazo e custo bem definidos foi gerenciado utilizando a metodologia de gerenciamento de projetos clássica, a cascata. Porém por se tratar de um projeto totalmente inovador e com demandas adaptativas em fase de maturação, foi também utilizado metodologias ágeis para a organização e monitoramento das demandas. Com a análise e ajuste do backlog de acordo com as necessidades e prioridades, definindo sprints, realizando reuniões diárias com o time interno para o monitoramento das atividades, reuniões de retrospectivas onde se buscava otimizar as práticas executadas, e reuniões de revisão, que traziam a melhoria contínua as entregas do projeto. Além do acompanhamento próximo dos stakeholders da companhia, onde era realizado reuniões semanais com a diretoria técnica da unidade de negócio, reports semanais para a vice-presidência de distribuição do grupo e Follow Up Meeting mensais com o PMO e CEO da companhia. Qualidade do projeto Para o gerenciamento da qualidade é necessário identificar os requisitos e padrões de qualidade das entregas do projeto e do produto, sendo assim é possível medir as entregas em conformidade e buscar melhorias ao longo do ciclo de vida do projeto. Para o projeto Ilumina Pantanal foram elaborados requisitos técnicos de qualidade para o produto, que no caso é qualidade de engenharia, construção e performance dos sistemas SIGFI’s, como também requisitos de qualidade nas entregas do projeto, sendo estas acompanhadas ao longo do seu ciclo de vida. Sendo utilizado no planejamento da qualidade as lições aprendidas do projeto P&D em relação aos atributos técnicos dos equipamentos, quanto a expectativa das partes interessadas. Como também o uso de lições que foram adquiridas ao longo do próprio projeto Ilumina Pantanal, que foram validadas com testes, inspeções e coletas de dados, possibilitando o refino dos critérios de aceitação das entregas. A fiscalização da qualidade foi realizada com um time de colaboradores próprios, com meta de fiscalização de 100% dos sistemas via book fotográfico e mais 80% dos sistemas sendo fiscalizados “in loco”. A rotina de fiscalização de campo incluiu também a fiscalização de segurança do trabalho e fiscalização ambiental.”

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“O design da solução aplicada, a engenharia do sistema em si já está sendo utilizada pelo grupo Energisa replicando o projeto nas outras concessões que possuem o mesmo compromisso de universalização de regiões remotas. São estas as concessões dos estados de Tocantins, Mato Grosso, Rondônia e Acre, que estão todos incluídos no projeto Mais Luz para a Amazônia – MlpA do Governo Federal. O Ilumina Pantanal é fonte de aprendizado no formato de contratação e estruturação de equipes bem como nos planos de implantação. E as diversas melhorias nos sistemas de informação da companhia que foram realizadas para suportar os processos do Ilumina Pantanal agora estão sendo utilizadas pelo MLpA. Outro ganho importante para a companhia foi a criação de uma nova solução de fornecimento de energia elétrica e que está sendo utilizada também para clientes que estão fora da planície pantaneira e cujo custo de atendimento é muito elevado e/ou haja restrições técnicas e/ou ambientais para seu atendimento. Desta forma a companhia faz a otimização do seu CAPEX com uma adição marginal de OPEX.”