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Ano: 2023

Programa Matriz biodiversidade: A preservação ambiental como estratégia corporativa

Engie Brasil Energia S.A.

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

“Por meio do Programa Matriz Biodiversidade, a ENGIE Brasil Energia está mapeando as áreas circunvizinhas de seus empreendimentos em busca de oportunidades para a conservação da biodiversidade.
Em desenvolvimento desde 2016, o programa busca otimizar os processos e relacionar prioridades para a gestão de impactos e oportunidades na conservação da biodiversidade brasileira no entorno de cada uma das usinas operadas pela ENGIE. O objetivo desse mapeamento é orientar a estratégia de conservação da biodiversidade da Companhia, apontando quais são as ações prioritárias em cada região e, por sua vez, direcionamento de aportes de recursos.
Parâmetros como espécies ameaçadas, tipos de biomas, unidades de conservação próximas e rotas de aves migratórias são utilizados para elencar as ações prioritárias, otimizando o investimento em preservação ambiental. Além disso, os dados georreferenciados são cruzados com os conhecimentos técnicos da biodiversidade de cada área, possibilitando uma visão abrangente de cada localidade e suas demandas específicas, norteando de forma mais assertiva as ações socioambientais.
O programa, idealizado pela equipe da Engie e executado pela Ortus Consultoria, em parceria com a Caipora – Cooperativa para a Conservação da Natureza, foi estruturado em três etapas. A Fase 1, finalizada em 2017, contextualizou o status da biodiversidade em 26 empreendimentos do parque da Engie Brasil Energia, espalhados por cinco dos seis Biomas Brasileiros, a partir da análise de parâmetros de classificação e priorização reconhecidos nacional e internacionalmente. Entre os resultados materializados no relatório executivo, caderno de mapas e infográfico, destaca-se o ranking de empreendimentos e parâmetros de maior significância de biodiversidade.
Desta forma, a Fase 2, em andamento, busca o aprimoramento e a customização, que já resultou em planos de ação para conservação da biodiversidade em três empreendimentos piloto da Engie: Usina Hidrelétrica Salto Osório, Conjunto Eólico Campos Largo e Usina Hidrelétrica Miranda. Nestes três empreendimentos, foram constatados como relevantes a regulação de erosão e fluxos hídricos, a provisão de água para abastecimento e dessedentação, a regulação da qualidade do solo e das águas, a recreação e o turismo, entre outros serviços.
A última etapa, Fase 3, está sendo concebida para integrar o programa na estrutura organizacional da EBE, validando e sistematizando a metodologia em todas as usinas, buscando desta forma, o aperfeiçoamento e a informatização dos processos em decisões corporativas na gestão de biodiversidade.

Relevância para o Negócio:

“A gestão de impactos sobre a biodiversidade encontra-se em um momento de importante transição. Até então praticamente restrita a órgãos do governo e entidades não governamentais, a responsabilidade sobre o tema passa a ser compartilhada com companhias privadas. Nesse seg¬mento, de modo geral, o assunto ainda é pouco valorizado, mas empre¬sas pioneiras iniciaram uma abordagem sistemática da gestão da biodi¬versidade, com foco não apenas na redução de riscos, mas também na criação oportunidades de negócio. A Engie atua em diversos locais do mundo com uma grande riqueza de biodiversidade, desta forma, seus stakeholders esperam que a empresa se assegure que quaisquer impactos de sua operação na biodiversidade sejam adequadamente analisados e que medidas efetivas de gestão/manejo da biodiversidade sejam adotadas e que indicadores adequados sejam criados.
Nesse contexto, o Programa Matriz Biodiversidade representa uma inicia¬tiva inovadora da ENGIE Brasil Energia, totalmente alinhada às políticas globais da empresa. O Programa foi motivado pela estruturação de um programa corporativo dedicado ao conhecimento do status da biodiver¬sidade e à gestão de impactos e oportunidades na área de influência do parque gerador da ENGIE Brasil Energia. Assim, supre a necessidade da Companhia por uma identificação mais precisa e padronizada quanto aos impactos de suas operações sobre a biodiversidade, visto que as informações constantes em estudos realizados à época de implantação de empreendimentos mais antigos podem não mais corresponder à realidade.
A iniciativa, portanto, vai ao encontro de resultados práticos e audaciosos, porém tangíveis, que podem representar uma mudança de para¬digma na implantação e operação de empreendimentos de geração energética no Brasil e mesmo em outros nichos de atuação. Direcionar investimentos para alvos de biodiversidade, compatibilizar condicionantes ambientais com ações prioritárias de conservação, otimizar custos de obrigações legais com base em indicadores efetivos e de impacto positivo sobre atributos ambientais ameaçados são alguns dos desdobramentos potenciais do Programa.
” “O programa Matriz Biodiversidade é um estudo detalhado, com base científica, das características, dos valores e do status dos ecossistemas, e seus componentes, presentes nos empreendimentos da Engie Brasil Energia.
O trabalho foi iniciado com um benchmarking das maiores geradoras de energia do país, tanto privadas quanto estatais, no intuito de avaliar as políticas de sustentabilidade das empresas do setor energético e o alinhamento de suas ações ambientais sob a ótica da gestão de riscos e mitigação dos impactos à biodiversidade. Em paralelo, foram selecionados e caracterizados dez parâmetros incidentes e relacionados ao contexto da biodiversidade. Para cada parâmetro foram utilizados critérios de classificação e/ou priorização da biodiversidade, sua relevância dentro do contexto e perguntas norteadoras para as análises quali-quantitativas.
Todas as informações e bases espaciais compiladas foram processadas em um SIG (Sistema de Informações Geográficas) permitindo consultas e cruzamentos específicos para as áreas de projeção dos empreendimentos e suas regiões de entorno (buffer de 15 km), bem como para o contexto do parque gerador da ENGIE Brasil Energia como um todo, considerando ainda as diferentes matrizes energéticas.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“Por meio do Programa Matriz Biodiversidade, a ENGIE Brasil Energia está mapeando as áreas circunvizinhas de seus empreendimentos em busca de oportunidades para a conservação da biodiversidade.
Em desenvolvimento desde 2016, o programa busca otimizar os processos e relacionar prioridades para a gestão de impactos e oportunidades na conservação da biodiversidade brasileira no entorno de cada uma das usinas operadas pela ENGIE. O objetivo desse mapeamento é orientar a estratégia de conservação da biodiversidade da Companhia, apontando quais são as ações prioritárias em cada região e, por sua vez, direcionamento de aportes de recursos.
Parâmetros como espécies ameaçadas, tipos de biomas, unidades de conservação próximas e rotas de aves migratórias são utilizados para elencar as ações prioritárias, otimizando o investimento em preservação ambiental. Além disso, os dados georreferenciados são cruzados com os conhecimentos técnicos da biodiversidade de cada área, possibilitando uma visão abrangente de cada localidade e suas demandas específicas, norteando de forma mais assertiva as ações socioambientais.
O programa, idealizado pela equipe da Engie e executado pela Ortus Consultoria, em parceria com a Caipora – Cooperativa para a Conservação da Natureza, foi estruturado em três etapas. A Fase 1, finalizada em 2017, contextualizou o status da biodiversidade em 26 empreendimentos do parque da Engie Brasil Energia, espalhados por cinco dos seis Biomas Brasileiros, a partir da análise de parâmetros de classificação e priorização reconhecidos nacional e internacionalmente. Entre os resultados materializados no relatório executivo, caderno de mapas e infográfico, destaca-se o ranking de empreendimentos e parâmetros de maior significância de biodiversidade.
Desta forma, a Fase 2, em andamento, busca o aprimoramento e a customização, que já resultou em planos de ação para conservação da biodiversidade em três empreendimentos piloto da Engie: Usina Hidrelétrica Salto Osório, Conjunto Eólico Campos Largo e Usina Hidrelétrica Miranda. Nestes três empreendimentos, foram constatados como relevantes a regulação de erosão e fluxos hídricos, a provisão de água para abastecimento e dessedentação, a regulação da qualidade do solo e das águas, a recreação e o turismo, entre outros serviços.
A última etapa, Fase 3, está sendo concebida para integrar o programa na estrutura organizacional da EBE, validando e sistematizando a metodologia em todas as usinas, buscando desta forma, o aperfeiçoamento e a informatização dos processos em decisões corporativas na gestão de biodiversidade.

Gestão da Prática Relatada:

“Idealizado em três etapas principais, conforme relatado anteriormente, a Fase 1 contextualizou o status da biodiversidade em 26 empreendimentos do parque energético da Companhia, distribuídos por cinco dos seis Biomas brasileiros, segundo análise rápida de parâmetros de classificação e priorização reconhecidos nacional e internacionalmente. Entre os resultados materializados, destaca-se a caracterização quali-quantitativa que abrange todo o parque energético. Essa caracterização engloba diferentes regiões fitoecológicas e formações vegetacionais, áreas naturais protegidas, áreas prioritárias para conservação da biodiversidade, além de áreas específicas de importância mundial para conservação de aves e também de concentração de espécies migratórias desse grupo taxonômico.
A importância de biodiversidade determinou o ranking de empreendimentos e parâmetros na área de operação da ENGIE Brasil Energia, tornando-se uma ferramenta funcional na tomada de decisões corporativas, tanto para a operação em andamento quanto para novos investimentos estratégicos. A chamada Matriz de Priorização dos Empreendimentos foi uma das principais fontes de consulta para apoiar a escolha dos três empreendimentos que serviriam como piloto na Fase 2. A seleção se pautou não apenas nos parâmetros adotados, mas também na formação de uma amostra que permitisse a análise em diferentes biomas e em empreendimentos de natureza/matriz de geração diversa.
O escopo da atual Fase 2 objetivou aprofundar a futura estruturação de um programa corporativo direcionado ao conhecimento do status da biodiversidade e gestão de riscos, impactos e oportunidades na área de influência do parque energético da ENGIE Brasil Energia. As etapas e ações envolveram o aprofundamento e o desenvolvimento dos parâmetros de biodiversidade da Fase 1; o levantamento e sistematização de informações locais relevantes de biodiversidade; a identificação e avaliação de Serviços Ecossistêmicos (SE); e, finalmente, a construção da estrutura de análise e os outputs que subsidiaram o Programa Corporativo de Gestão de Biodiversidade.
Um dos principais diferenciais da Matriz refere-se à simplificação resultante da grande quantidade de bases de dados e informações analisadas. Tais bases foram qualificadas e priorizadas seguindo critérios definidos pelo Programa, com a visualização gráfica dos resultados, que também seguem em bancos de dados organizados para consultas e análises por demanda. Além do conceito e das bases e cruzamentos de dados relacionadas a cada output, a avaliação final produziu os quatro outputs (basais) do Programa: (1) Alvos de Biodiversidade; (2) Áreas Estratégicas; (3) Ações Prioritárias e (4) Relação com Stakeholders.
As aplicações principais para os pilotos, frente aos resultados alcançados, também foram detalhadas. Além da ficha que consolida os dados mais significativos de cada output, foram apresentados desdobramentos de um Workshop de Impulsionamento dos Resultados, priorizando Alvos e Áreas Estratégicas, que, por sua vez, foram selecionados em conjunto com os colaboradores da Usina e da Unidade de Meio Ambiente e Responsabilidade Social (MRS). Além disso, Planos de Ação para conservação dos Alvos e Áreas priorizados estão em curso.
Como exemplo de resultados já alcançados, a região da UHE Salto Osório, foram identificadas 185 espécies animais e vegetais de especial interesse para conservação e provável ocorrência local, das quais 64 estão ameaçadas de extinção (classificadas, portanto, como alvos). Os grupos taxonômicos mais abundantes são as aves, mamíferos terrestres e as plantas. As aves e mamíferos terrestres continuam sendo maioria entre os grupos taxonômicos ameaçados de extinção, com os peixes passando à frente das plantas em número de espécies ameaçadas. Considerando as categorias mais ameaçadas entre os três níveis, dos 64 Alvos de Biodiversidade, a maioria encontra-se atualmente enquadrada nas categorias “Vulnerável” (31 espécies) e “Em Perigo” (25 espécies). As oito espécies Criticamente Ameaçadas são representadas por quatro mamíferos terrestres, duas aves, um anfíbio e uma planta. Entre as ameaças identificadas, as classes “agricultura”, “caça”, “exploração florestal” e “urbanização” foram as mais incidentes sobre os Alvos.
Finalmente, foram ainda indicadas aplicações transversais e recomendações finais para a futura consolidação do Programa Corporativo de Gestão de Biodiversidade, agrupadas em dois blocos. O primeiro diz respeito às diretrizes de atualização e monitoramento de dados e resultados, às possibilidades de comunicação e capacitação organizacional de colaboradores internos e externos e aos potenciais de incorporação dos presentes subsídios nos processos de tomada de decisão gerencial e operacional. O segundo, por sua vez, apresenta os desdobramentos de alinhamentos e sinergias complementares aos resultados do Programa, com iniciativas relevantes que norteiam as políticas do Grupo ENGIE, em âmbito global, e da ENGIE Brasil Energia. Entre tais repercussões destaca-se a relação dos resultados e aplicações do Programa com os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, políticas públicas, e, ainda, a melhoria de performance no Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), da B3.
A última etapa, Fase 3, já está sendo concebida para integrar o programa na estrutura organizacional da EBE, buscando o aperfeiçoamento e a informatização dos processos em decisões corporativas na gestão de biodiversidade. Em suma, busca-se a aplicação de métricas para construção de planos de ação focados em alcançar melhores resultados na conservação de alvos e áreas prioritárias, compartilhando responsabilidades com stakeholders relevantes de diferentes segmentos da sociedade.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“As iniciativas apresentadas pela Engie Brasil Energia têm alto potencial de difusão, em diferentes regiões geográficas e contextos sociais, como demostrado pela própria Companhia, já que possui projetos em diversos estados brasileiros. Além dos três ativos que já avançaram para a implementação de medidas e projetos de conservação, a fase 3 irá validar e sistematizar o programa em todas as usinas da Companhia.
A implantação da iniciativa pode ser executada por outras organizações, visto que as ferramentas e os parâmetros de classificação e priorização são conhecidos nacional e internacionalmente. Desta forma, a expansão do programa é favorável para a promoção da preservação, através da busca de oportunidades para a conservação da biodiversidade.