Logo Prêmio Eco
Ano: 2023

Horta Solidária Plantando uma Semente do Bem

Parker Hannifin Indústria e Comércio Ltda.

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

“Ao tomar a decisão de nos qualificar para concorrer ao PRÊMIO ECO 2023, a Parker visa conectar suas boas práticas de sustentabilidade com a Estratégia organizacional.
Líder global em tecnologias de movimento e controle, a Parker por mais de um século projetou a satisfação de seus clientes em uma ampla gama de produtos em diversificados mercados industriais.
Mundialmente possui em torno de 45 mil colaboradores, atendendo a 500 mil clientes, em mais de 50 países no mundo. No Brasil a Parker está instalada desde 1971, onde a partir do ano 2000 ocorreu a aquisição da Divisão Hidráulica no RS, sendo o local da prática de sustentabilidade que será descrita a seguir para concorrer ao Prêmio ECO.
A Parker mostrando estar atenta as ondas de transformação mundial, percebeu que as mudanças mais significativas que a responsabilidade social e o novo conceito de sustentabilidade trarão ao mundo dos negócios serão de essência, levando a empresa a questionamento profundos sobre o que fazer, como fazer e em que estão contribuindo para um mundo melhor. Diante disto, a Parker reformou sua Estratégia Win 3.0 incorporando em um dos seus pilares a visão de ESG definindo as metas e iniciativas que criam um crescimento responsável e sustentável que possibilitam o sucesso de longo prazo da Parker.
Trabalhando com o modelo a nível mundial de Equipes de Alta Performance (EAP) na Divisão de MSG Cachoeirinha/RS, a equipe local de gestão de pessoas denominada EAP InspiraRH tomou como desafio a elaboração de um Projeto Social que consolidasse no DNA de nossa cultura as premissas de gestão da proximidade, diversidade, inovação, sustentabilidade e engajamento dos colaboradores.
Essas premissas corporativas e claros direcionadores rumo a Visão, foram a base filosófica de criação do PROJETO HORTA SOLIDÁRIA – Plantando uma Semente do Bem, que agora passamos a descrever na íntegra de forma resumida os fatos, fases do projeto e expressivos resultados já comprovados, que mostram o sucesso da iniciativa local.
O Projeto HORTA SOLIDÁRIA teve início com a parceira da AMCHAM e Isla Sementes tendo como principal propósito promover a educação ambiental e social para os colaboradores da Parker da Divisão Cachoeirinha/RS, suas famílias e a comunidade por meio do cultivo de hortaliças no local de trabalho, assim como em suas residências.
Estava definido o que fazer para iniciar as ações estratégias de execução do Projeto, como marco inicial de partida.
Um dos fatores essenciais desta decisão foi a conexão com a cultura de ESG, praticada pela Parker em nível mundial em todas suas unidades de negócio, sendo uma empresa de alta tecnologia que está trabalhando para a construção de um mundo melhor.
Na essência este é o verdadeiro objetivo do Projeto, ao fomentarmos a elevação dos níveis de consciência de responsabilidade ambiental e social, fazendo com que no âmbito dos colaboradores e demais stakeholders haja a percepção de que a ética do cuidado e a ética do servir é um dos valores essenciais da Parker, com a nobreza de se conectar e estreitar os vínculos com as comunidades em que está inserida.
Assim, o Projeto Horta Solidária local não pode ser olhado individualmente, mas sim como parte de uma estratégia de ESG com foco nas dimensões ambientais, sociais e de governança, onde a transparência, a ética e o trabalho voluntário fazem parte de sua essência de construção de um mundo melhor.
Fase de Concepção Geral – Tirando a ideia do papel para fazer acontecer
Por iniciativa da AMCHAM, a Parker foi convidada a participar de um Workshop denominado Hortas Empresariais. A iniciativa faz parte do Projeto RS Avança que visa a retomada econômica do Rio Grande do Sul, alinhado com as práticas ESG.
Para tanto a Instituição convidou a empresa Isla Sementes para apresentar trabalho técnico sobre o tema, como empresa parceira do seu projeto, sendo o referido encontro promovido na própria dependência da Isla em sua estação experimental em Itapuã em Porto Alegre.
Na ocasião, foi mostrada a possibilidade da existência de diversos tipos de hortas que poderiam ser implementadas dentro das organizações, com detalhamento dos cuidados para ter um bom cultivo, técnicas de plantio e treinamento prático de plantio de micro verdes e outros tipos de hortaliças.
Com a participação dos colaboradores da Parker neste workshop, surgiu o interesse de trazer a ideia das hortas empresariais para a Divisão de Cachoeirinha/RS.
Dentro da Equipe de Alta Performance InspiraRH em sua reunião semanal, foi debatida a vivência do Workshop de conectar-se com a natureza e literalmente colocar a mão na massa.
Neste momento foi “virada a chave” sendo ampliada a ideia para hortas solidárias como uma amplitude de participação coletiva, já que a previsão inicial era de cunho empresarial, levando o projeto até as comunidades, como principal foco em ILPI –Instituição de Longa Permanência para Idosos.
Neste primeiro movimento de concepção surgiram dois elementos essenciais. O primeiro foi relativo á escolha do título do projeto, passando a se chamar Horta Solidária Plantando uma Semente do Bem.
O segundo elemento foi o planejamento do como fazer, ou seja, sendo definida a concepção das hortas suspensas, (que aliás se tornou um dos diferenciais do Projeto); com o uso de materiais recicláveis; o reaproveitamento da água condensada do ar condicionado do refeitório para irrigação e, por fim, a definição das áreas de cultivo, com o mapeamento de onde fisicamente seriam instaladas no interior da Empresa.
O projeto foi elaborado com a criação de layout próprio para definição da estrutura da horta e realizadas simulações por meio de “Mockup” (simulações do melhor layout), para passar à Fase de Implementação.
As hortas suspensas foram concebidas considerando dois elementos práticos: um de cunho ergonômico, visando à manipulação do plantio e irrigação ao colocar a horta na altura das mãos das pessoas, evitando desconforto de posturas incorretas para a execução e acessibilidade. No caso, foi muito pensada a questão da acessibilidade das pessoas com limitações físicas na maioria idosos, caso de cadeirantes e outros, facilitando e proporcionando sua participação junto aos demais no manuseio, cultivo e colheita da horta.
O segundo elemento foi definido em função do peso elevado das caixas, sendo escolhido por ser a melhor forma de transportar a horta até as instituições para as quais seriam doadas, considerando que as hortaliças seriam já levadas plantadas e em fase de colheita.
Execução das Fases do projeto em sequência: Colocando a ideia em prática
A Horta Solidária dentro da empresa
O primeiro movimento foi convidar a AMCHAM para apoiar o Projeto, sendo apresentada pela equipe EAP da Parker suas ideias de concepção e amplitude da iniciativa ser estendida à comunidade. Foi por meio desse contato que se oportunizou a entrada da empresa Isla como parceira do Projeto, oferecendo uma consultoria técnica para viabilizar a execução, considerando dar maior segurança de viabilidade para o perfeito funcionamento de tudo o que foi pensado.
A segunda ação de execução foi a realização de um Workshop interno, onde uma engenheira agrônoma da Isla capacitou os colaboradores da Parker envolvidos no Projeto, sobre técnicas de plantio, cultivo e colheita de micro verdes e hortaliças de diferentes espécies.
Uma vez definido o local interno de instalação da horta, o ato seguinte foi executar a construção das caixas para o plantio, com a utilização de materiais recicláveis, sendo obedecidas todas as dimensões determinadas no Projeto (comprimento 2m e largura 0,60m, especialmente na questão da altura de cerca de 0,85m, por ser suspensa). Primeiramente seis caixas foram construídas pelos integrantes da EAP e seus apoiadores internos da manutenção para uso das soldas metálicas, pintura, e outras atividades necessárias.
Com estas providências de sustentação foi finalmente programado o “DIA D”, em fevereiro de 2022, sendo convidados os colaboradores e familiares para participar desta ação, com foco na educação ambiental e social, data oficial de início das ações do Projeto Horta Solidária.
Foram preparados kits por família para o plantio, com: luvas, álcool gel, protetor solar, placas para identificação da família e hortaliça plantada.
Tudo o que foi aprendido com a parceira Isla pelos colaboradores integrantes do Projeto foi transmitido aos participantes do evento, visando multiplicar o conhecimento para que as famílias pudessem realizar o plantio de forma correta, expandindo a ideia para a mesma experiência em suas residências.
Em paralelo, foram realizadas atividades de educação ambiental e ecológica para as crianças presentes com a criação de desenhos criativos relativos à natureza. Estes trabalhos foram expostos no restaurante interno nas semanas seguintes, com a geração de orgulho e pertencimento dos voluntários e gestores que participaram no dia da ação.
Como encerramento do dia D as famílias foram presenteadas com kits contendo sementes e material informativo para que pudessem ter a experiência de plantar em suas residências.
Como resultado da ação do Dia D aconteceu o plantio de 14 variedades de hortaliças e temperos e foram envolvidas 12 famílias no total de 37 pessoas, entre colaboradores e familiares que participaram do evento.
Como as plantações ficaram expostas em local estratégico na frente do restaurante interno houve todo um cuidado genuíno dos colaboradores, inclusive dos não envolvidos diretamente nas ações voluntárias, para que a horta prosperasse, e atingisse a fase de colheita.
Para encerrar esta fase inicial, uma parte da colheita do primeiro cultivo foi disponibilizada para a degustação dos colabores no restaurante da empresa, como forma de mostrar que a alimentação saudável é uma realidade factível de ser concebida em qualquer espaço físico. A prática na realidade teve como pano de fundo, o objetivo de fomentar a consciência ambiental e o conceito de sustentabilidade, consolidando os objetivos do Projeto.
A extensão do Projeto para a Comunidade:
Com as hortas prontas, cultivadas e época certa para a colheita o movimento foi direcionado para a entrega na comunidade ao redor da Parker, já previamente selecionada para serem contempladas com doação. No caso, em caixas suspensas com as hortaliças todas plantadas, como já relatado.
Com a participação da EAP e colaboradores voluntários de diferentes áreas da Divisão foi iniciado o processo de entrega para as instituições com maior foco em ILPI –Instituição de Longa Permanência para Idoso.
Em cada ato de entrega era feita a colheita das hortaliças junto com a Instituição com o objetivo da degustação, sendo em seguida ensinadas as técnicas de plantio, cuidado e cultivo, para que as entidades pudessem dar prosseguimento do uso da horta como forma de alimento saudável e livre de agrotóxicos em seu consumo próprio.
Por último, a equipe replantava tudo de novo, sempre com a participação dos idosos, como forma de prática da aprendizagem para repetirem o modelo, dando sequência ao movimento de sustentabilidade.
O projeto Horta Solidária Plantando uma Semente do Bem, transcorreram 17 meses (novembro de 2021 a março de 2023) com um grande aprendizado, desafios e engajamento de 49% colaboradores da Divisão de Cachoeirinha junto à comunidade, realizando a entrega de 12 hortas em 5 entidades carentes.

Relevância para o Negócio:

“Uma das premissas mais valiosas da Parker está centrada em sua reputação, sendo reconhecida no mercado que atua com alta tecnologia por estar sempre engajada com a humanização, atuando com responsabilidade e ética, contribuindo para a sociedade e o estabelecimento de um mundo melhor.
Então, qualquer movimento feito em suas unidades que tenha intenção do cuidado no servir e que tenha valor social, passam imediatamente a ter importância e total conexão com o negócio.
O Projeto “Horta Solidária Plantando uma Semente do Bem” pelo próprio título, já nos dá a dimensão do quanto foi valorizado no âmbito da Organização, ganhando uma notoriedade não prevista inicialmente em sua concepção.
No momento que o Projeto não só atendeu todos os propósitos previstos na Estratégia WIN 3.0 onde o ESG é um dos pilares, como estabeleceu a prática do fazer acontecer, criou-se uma relevância significativa quanto ao que foi praticado, oportunizando que por meio do benchmarking interno, outras divisões no Brasil começassem a replicar o modelo. (Vide Item 07-Possibilidade e disseminação)
Por diferentes caminhos, a prática entrou em sintonia com outros programas relevantes em andamento na Parker, de total relevância para o negócio, como é o caso da prática do voluntariado.
Junto com a responsabilidade social, a empresa está convicta que a prática do trabalho voluntário trás ganhos incomensuráveis na motivação e sensação de felicidade das pessoas, com impacto direto no seu compromisso, engajamento e melhor desempenho na sua atividade diária.
Pela lógica empresarial, quanto mais pessoas desempenharem bem o seu trabalho, maior a produtividade, qualidade de produto e satisfação do cliente, no fechamento de um círculo virtuoso que impacta na sensação de ganho de toda a cadeia de steakholders, chegando aos principais acionistas.
Ao contabilizarmos mais de 70 colaboradores participando do voluntariado dentro do Projeto, constatamos que mais de 49% do efetivo do pessoal local se integrou à ação social proposta, com a clarificação de relevância para o negócio.
” “O que uma simples horta solidária pode trazer de inovador? A pergunta se faz no raciocínio de que é apenas uma atividade corriqueira e presente no dia a dia de muitas famílias brasileiras na busca de seu sustento.
Porém, ao fazermos uma análise mais cuidadosa de tudo o que aconteceu no presente Projeto ora descrito, vamos constatar que várias práticas inovadoras de fato aconteceram, quase que por osmose, algumas claramente planejadas e outras percebidas posteriormente pela dimensão e repercussão da atividade a nível internacional dentro da Parker mundial, passando a ser considerada como um caso de sucesso, justamente pela inovação.
Sabedoria não é algo normalmente associado à inovação, estando mais vinculada à cautela, prudência e moderação. Por seu lado inovação se vincula a ideia de risco, ousadia e impetuosidade. Então, inovar com sabedoria seria um paradoxo? No caso da Parker a resposta é não. Todos as atividades inovadoras são valorizadas e premiadas no âmbito da Organização a nível mundial, estando diretamente conectadas às políticas e premissas bem claras de desenvolvimento criadas com muita sabedoria, que são vetores norteadores da evolução.
No caso das políticas de ESG praticadas, a sabedoria está em como a empresa pode contribuir para um mundo melhor, com atividades diferenciadas e inovadoras de responsabilidade social na questão da ecologia e sustentabilidade. Por isto o Projeto da Horta Solidária foi tão valorizado, no momento de se engajar num movimento cultural promovido pela AMCHAM local, não só apoiou a iniciativa, como trouxe a capacidade de transcender, de ir além das estratégias conhecidas, desafiando com sabedoria a tradicional maneira racional de encontrar soluções para problemas e desafios, mesmo que fosse no mais simples plantio de hortaliças na terra, visando sustento de pequenas comunidades com alimentação saudável. Tipicamente aconteceu aqui a máxima de “pequenas ideias, grandes resultados”.
Para facilitar a compreensão do aspecto inovador, apresentamos de forma didática três fatores distintivos, que colocam Horta Solidária da Divisão de Cachoeirinha num patamar diferenciado das práticas mais comuns.
Primeiro: O fator ergonômico
Normalmente quase que todo o plantio que conhecemos é estabelecido ao nível do solo, com as pessoas abaixadas/ajoelhadas para ter acesso ao manuseio da terra. O fato das hortas serem suspensas em caixas que ficam em média na altura da cintura das pessoas, (cerca de 0,85m) surpreenderam positivamente os colaboradores e seus familiares que participaram das primeiras experiências. O objetivo era a saúde das pessoas, com o cuidado para que evitassem movimentos corporais de postura inadequada, que os levassem algum tipo de lesão muscular ou outras do gênero. A essência da inovação se fez presente exatamente no uso da ergonomia como fator protetivo das pessoas, num animus declarado de cuidado, carinho e preocupação com o outro, absolutamente incomum quando se fala na prática de hortas solidárias, sejam empresarias ou não. Também se considerou aqui uma das premissas principais da Estratégia WIN 3.0 de “Segurança em Primeiro Lugar”, que demonstra todo seu cuidado com a saúde e bem-estar das pessoas como forma de valorização de toda sua contribuição.
Segundo: O Fator de acessibilidade
Com as hortas suspensas sendo levada a 5 lares de idosos, um dos fatores mais expressivos foi a possibilidade da participação de cadeirantes, pessoas de quase nenhuma mobilidade geralmente impedidas fisicamente de participar das atividades comuns dos lares de longevos, que se integraram à atividade coletiva do plantio. Considerando que na quase totalidade das atividades de plantio foi executada por pessoas idosas, o fator da acessibilidade foi fundamental para que todos pudessem participar, aliado à questão ergonômica de preservação de sua saúde. Assim o fator diferencial da acessibilidade esteve centrado na inclusão, onde todos os que participaram das atividades de plantio e colheita o fizeram de forma integrada.
Terceiro: O fator da estimulação cognitiva de pessoas idosas.
Um dos princípios da neurociência, onde cientistas do mundo todo vasculham o cérebro em buscas de respostas até então nunca imagináveis, é de que a consciência humana jamais se estagnará em conceitos e crenças fechadas e definitivas. A sua presença é o convite à evolução constante, o desafio que o ser humano necessita para se transformar e dar sentido à sua vida, independente de idade e nos diferentes palcos em que atua, sendo na família, no trabalho ou na comunidade.
A elevação dos níveis de consciência passa por um processo de estimulação cognitiva onde o cérebro é desafiado a pensar, se questionar, decidir, aprender e mais uma enorme gama de atividades cerebrais conectadas que exercitam as funções cognitivas humanas essenciais: memória; aprendizagem; atenção; linguagem; compreensão; raciocínio; percepção; orientação espacial & temporal; motricidade; funções sócio adaptativas e funções executivas (ex. planejamento e várias outras).
A máquina do tempo não para, é inexorável e por isto não se consegue impedir o envelhecimento natural das pessoas, havendo um enorme crescimento da população idosa no mundo, com o desafio de manter sua saúde do corpo e da mente o mais possível preservada. Assim, para os longevos, passou a ser primordial a vitalidade cerebral mantendo o cérebro ativo em suas habilidades cognitivas, visando um processo de envelhecimento saudável, com maior qualidade de vida e para que seja mantida a autonomia e independência das pessoas idosas, mantendo competências e compensando eventuais perdas de cognição pontuais, reversíveis ou degenerativas.
Foi neste particular que o Projeto Horta Solidária trouxe enorme contribuição ao levar as hortas para 5 lares de idosos carentes, promovendo uma inovadora proposta terapêutica de ocupação dirigida da mente para desacelerar o declínio cognitivo e adiar os sintomas das doenças neurodegenerativas dos mesmos. Além da sociabilização, o ato de plantarem juntos promoveu nas pessoas daquelas entidades o exercício da memória olfativa e gustativa, a capacidade de planejamento para o aproveitamento de espaço da horta, a aprendizagem do processo, a percepção visual / sensorial (gnosias) além da motricidade (praxias), aliada ao fato de acessibilidade pelas hortas serem suspensas (Tecnologia Assistiva).
O aspecto lúdico da atividade trouxe em paralelo a sensação de felicidade e alegria dos participantes, com direta relação em seu humor e desejo pela vida. A chave diferenciadora do Projeto foi estimular a mente de forma dirigida com uso dos fatores protetivos para a cognição, potencializando a sensação de felicidade e qualidade de vida na Terceira Idade para o envelhecimento saudável.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“Ao tomar a decisão de nos qualificar para concorrer ao PRÊMIO ECO 2023, a Parker visa conectar suas boas práticas de sustentabilidade com a Estratégia organizacional.
Líder global em tecnologias de movimento e controle, a Parker por mais de um século projetou a satisfação de seus clientes em uma ampla gama de produtos em diversificados mercados industriais.
Mundialmente possui em torno de 45 mil colaboradores, atendendo a 500 mil clientes, em mais de 50 países no mundo. No Brasil a Parker está instalada desde 1971, onde a partir do ano 2000 ocorreu a aquisição da Divisão Hidráulica no RS, sendo o local da prática de sustentabilidade que será descrita a seguir para concorrer ao Prêmio ECO.
A Parker mostrando estar atenta as ondas de transformação mundial, percebeu que as mudanças mais significativas que a responsabilidade social e o novo conceito de sustentabilidade trarão ao mundo dos negócios serão de essência, levando a empresa a questionamento profundos sobre o que fazer, como fazer e em que estão contribuindo para um mundo melhor. Diante disto, a Parker reformou sua Estratégia Win 3.0 incorporando em um dos seus pilares a visão de ESG definindo as metas e iniciativas que criam um crescimento responsável e sustentável que possibilitam o sucesso de longo prazo da Parker.
Trabalhando com o modelo a nível mundial de Equipes de Alta Performance (EAP) na Divisão de MSG Cachoeirinha/RS, a equipe local de gestão de pessoas denominada EAP InspiraRH tomou como desafio a elaboração de um Projeto Social que consolidasse no DNA de nossa cultura as premissas de gestão da proximidade, diversidade, inovação, sustentabilidade e engajamento dos colaboradores.
Essas premissas corporativas e claros direcionadores rumo a Visão, foram a base filosófica de criação do PROJETO HORTA SOLIDÁRIA – Plantando uma Semente do Bem, que agora passamos a descrever na íntegra de forma resumida os fatos, fases do projeto e expressivos resultados já comprovados, que mostram o sucesso da iniciativa local.
O Projeto HORTA SOLIDÁRIA teve início com a parceira da AMCHAM e Isla Sementes tendo como principal propósito promover a educação ambiental e social para os colaboradores da Parker da Divisão Cachoeirinha/RS, suas famílias e a comunidade por meio do cultivo de hortaliças no local de trabalho, assim como em suas residências.
Estava definido o que fazer para iniciar as ações estratégias de execução do Projeto, como marco inicial de partida.
Um dos fatores essenciais desta decisão foi a conexão com a cultura de ESG, praticada pela Parker em nível mundial em todas suas unidades de negócio, sendo uma empresa de alta tecnologia que está trabalhando para a construção de um mundo melhor.
Na essência este é o verdadeiro objetivo do Projeto, ao fomentarmos a elevação dos níveis de consciência de responsabilidade ambiental e social, fazendo com que no âmbito dos colaboradores e demais stakeholders haja a percepção de que a ética do cuidado e a ética do servir é um dos valores essenciais da Parker, com a nobreza de se conectar e estreitar os vínculos com as comunidades em que está inserida.
Assim, o Projeto Horta Solidária local não pode ser olhado individualmente, mas sim como parte de uma estratégia de ESG com foco nas dimensões ambientais, sociais e de governança, onde a transparência, a ética e o trabalho voluntário fazem parte de sua essência de construção de um mundo melhor.
Fase de Concepção Geral – Tirando a ideia do papel para fazer acontecer
Por iniciativa da AMCHAM, a Parker foi convidada a participar de um Workshop denominado Hortas Empresariais. A iniciativa faz parte do Projeto RS Avança que visa a retomada econômica do Rio Grande do Sul, alinhado com as práticas ESG.
Para tanto a Instituição convidou a empresa Isla Sementes para apresentar trabalho técnico sobre o tema, como empresa parceira do seu projeto, sendo o referido encontro promovido na própria dependência da Isla em sua estação experimental em Itapuã em Porto Alegre.
Na ocasião, foi mostrada a possibilidade da existência de diversos tipos de hortas que poderiam ser implementadas dentro das organizações, com detalhamento dos cuidados para ter um bom cultivo, técnicas de plantio e treinamento prático de plantio de micro verdes e outros tipos de hortaliças.
Com a participação dos colaboradores da Parker neste workshop, surgiu o interesse de trazer a ideia das hortas empresariais para a Divisão de Cachoeirinha/RS.
Dentro da Equipe de Alta Performance InspiraRH em sua reunião semanal, foi debatida a vivência do Workshop de conectar-se com a natureza e literalmente colocar a mão na massa.
Neste momento foi “virada a chave” sendo ampliada a ideia para hortas solidárias como uma amplitude de participação coletiva, já que a previsão inicial era de cunho empresarial, levando o projeto até as comunidades, como principal foco em ILPI –Instituição de Longa Permanência para Idosos.
Neste primeiro movimento de concepção surgiram dois elementos essenciais. O primeiro foi relativo á escolha do título do projeto, passando a se chamar Horta Solidária Plantando uma Semente do Bem.
O segundo elemento foi o planejamento do como fazer, ou seja, sendo definida a concepção das hortas suspensas, (que aliás se tornou um dos diferenciais do Projeto); com o uso de materiais recicláveis; o reaproveitamento da água condensada do ar condicionado do refeitório para irrigação e, por fim, a definição das áreas de cultivo, com o mapeamento de onde fisicamente seriam instaladas no interior da Empresa.
O projeto foi elaborado com a criação de layout próprio para definição da estrutura da horta e realizadas simulações por meio de “Mockup” (simulações do melhor layout), para passar à Fase de Implementação.
As hortas suspensas foram concebidas considerando dois elementos práticos: um de cunho ergonômico, visando à manipulação do plantio e irrigação ao colocar a horta na altura das mãos das pessoas, evitando desconforto de posturas incorretas para a execução e acessibilidade. No caso, foi muito pensada a questão da acessibilidade das pessoas com limitações físicas na maioria idosos, caso de cadeirantes e outros, facilitando e proporcionando sua participação junto aos demais no manuseio, cultivo e colheita da horta.
O segundo elemento foi definido em função do peso elevado das caixas, sendo escolhido por ser a melhor forma de transportar a horta até as instituições para as quais seriam doadas, considerando que as hortaliças seriam já levadas plantadas e em fase de colheita.
Execução das Fases do projeto em sequência: Colocando a ideia em prática
A Horta Solidária dentro da empresa
O primeiro movimento foi convidar a AMCHAM para apoiar o Projeto, sendo apresentada pela equipe EAP da Parker suas ideias de concepção e amplitude da iniciativa ser estendida à comunidade. Foi por meio desse contato que se oportunizou a entrada da empresa Isla como parceira do Projeto, oferecendo uma consultoria técnica para viabilizar a execução, considerando dar maior segurança de viabilidade para o perfeito funcionamento de tudo o que foi pensado.
A segunda ação de execução foi a realização de um Workshop interno, onde uma engenheira agrônoma da Isla capacitou os colaboradores da Parker envolvidos no Projeto, sobre técnicas de plantio, cultivo e colheita de micro verdes e hortaliças de diferentes espécies.
Uma vez definido o local interno de instalação da horta, o ato seguinte foi executar a construção das caixas para o plantio, com a utilização de materiais recicláveis, sendo obedecidas todas as dimensões determinadas no Projeto (comprimento 2m e largura 0,60m, especialmente na questão da altura de cerca de 0,85m, por ser suspensa). Primeiramente seis caixas foram construídas pelos integrantes da EAP e seus apoiadores internos da manutenção para uso das soldas metálicas, pintura, e outras atividades necessárias.
Com estas providências de sustentação foi finalmente programado o “DIA D”, em fevereiro de 2022, sendo convidados os colaboradores e familiares para participar desta ação, com foco na educação ambiental e social, data oficial de início das ações do Projeto Horta Solidária.
Foram preparados kits por família para o plantio, com: luvas, álcool gel, protetor solar, placas para identificação da família e hortaliça plantada.
Tudo o que foi aprendido com a parceira Isla pelos colaboradores integrantes do Projeto foi transmitido aos participantes do evento, visando multiplicar o conhecimento para que as famílias pudessem realizar o plantio de forma correta, expandindo a ideia para a mesma experiência em suas residências.
Em paralelo, foram realizadas atividades de educação ambiental e ecológica para as crianças presentes com a criação de desenhos criativos relativos à natureza. Estes trabalhos foram expostos no restaurante interno nas semanas seguintes, com a geração de orgulho e pertencimento dos voluntários e gestores que participaram no dia da ação.
Como encerramento do dia D as famílias foram presenteadas com kits contendo sementes e material informativo para que pudessem ter a experiência de plantar em suas residências.
Como resultado da ação do Dia D aconteceu o plantio de 14 variedades de hortaliças e temperos e foram envolvidas 12 famílias no total de 37 pessoas, entre colaboradores e familiares que participaram do evento.
Como as plantações ficaram expostas em local estratégico na frente do restaurante interno houve todo um cuidado genuíno dos colaboradores, inclusive dos não envolvidos diretamente nas ações voluntárias, para que a horta prosperasse, e atingisse a fase de colheita.
Para encerrar esta fase inicial, uma parte da colheita do primeiro cultivo foi disponibilizada para a degustação dos colabores no restaurante da empresa, como forma de mostrar que a alimentação saudável é uma realidade factível de ser concebida em qualquer espaço físico. A prática na realidade teve como pano de fundo, o objetivo de fomentar a consciência ambiental e o conceito de sustentabilidade, consolidando os objetivos do Projeto.
A extensão do Projeto para a Comunidade:
Com as hortas prontas, cultivadas e época certa para a colheita o movimento foi direcionado para a entrega na comunidade ao redor da Parker, já previamente selecionada para serem contempladas com doação. No caso, em caixas suspensas com as hortaliças todas plantadas, como já relatado.
Com a participação da EAP e colaboradores voluntários de diferentes áreas da Divisão foi iniciado o processo de entrega para as instituições com maior foco em ILPI –Instituição de Longa Permanência para Idoso.
Em cada ato de entrega era feita a colheita das hortaliças junto com a Instituição com o objetivo da degustação, sendo em seguida ensinadas as técnicas de plantio, cuidado e cultivo, para que as entidades pudessem dar prosseguimento do uso da horta como forma de alimento saudável e livre de agrotóxicos em seu consumo próprio.
Por último, a equipe replantava tudo de novo, sempre com a participação dos idosos, como forma de prática da aprendizagem para repetirem o modelo, dando sequência ao movimento de sustentabilidade.
O projeto Horta Solidária Plantando uma Semente do Bem, transcorreram 17 meses (novembro de 2021 a março de 2023) com um grande aprendizado, desafios e engajamento de 49% colaboradores da Divisão de Cachoeirinha junto à comunidade, realizando a entrega de 12 hortas em 5 entidades carentes.

Gestão da Prática Relatada:

“O Projeto das Hortas Solidárias está diretamente conectado com a Estratégia WIN 3.0 com diversos pilares de sustentação que orienta o rumo e visão de futuro de todos os negócios da Parker mundial, em todas as suas dimensões.
No momento em que as práticas de ESG foram consideradas como vitais ao sucesso e perpetuidade da empresa no mercado, a governança de todos os movimentos sociais que acontecem, a exemplo do nosso Projeto, passam a ter uma relevância na Parker mundialmente.
Lincados a estas iniciativas implementamos um Calendário de Responsabilidade Social do Grupo Latino-Americano considerando as premissas & propósitos de voluntariado, orientações de ação, cronogramas de execução, campanhas comuns e outras variáveis, passando a orientar a excelência de práticas em todas as unidades da Parker Brasil, gerando assim uma robustez de iniciativas de ESG.
O foco do voluntariado está ligado à nossa estratégia global, criando-se um senso de orgulho e pertencimento dos colaboradores em trabalhar numa organização que preza pela ética e nobreza de valores, estando em sintonia com o propósito maior de todos estarem ajudando a criar um mundo melhor.
Esta é uma forma projetada de “engajamento”, onde mais de 49% de colaboradores da Unidade local tiveram a oportunidade de se envolver em iniciativas de voluntariado para ajudar pessoas a plantarem hortaliças, elevando o nível de consciência ambiental e social de todos os envolvidos, entendendo a nobreza da atividade e orgulho de participar de projetos sociais corporativos (caso do nosso Projeto).

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“Devido ao sucesso do Projeto Horta Solidária em Cachoeirinha realizamos a extensão nos mesmos moldes de planejamento e execução para a unidade de Jacareí/SP, considerando a facilitação de ser o mesmo grupo de negócio – Motion System Group.
A Horta Solidária foi implementada em 19 de novembro de 2022 na Instituição Guri na Roça com o envolvimento de 25 voluntários entre colaboradores e familiares para a revitalização das hortas locais e plantio de hortas suspensas.
Mantivemos a parceria com a Isla Sementes através da doação de kits de sementes diversas para o plantio das hortaliças. Levamos também a conscientização ambiental para 40 crianças e adolescentes da ONG com o plantio de mais de 50 sementes e 60 mudas de hortaliças.
O segundo movimento de replicação está ocorrendo através de benchmarking interno, aonde essa melhor prática de responsabilidade social está sendo levada para as unidades da Parker de EMG de Perus e Jundiaí, ambas também em SP.
Esse projeto foi robusto a ponto de despertar o interesse dos colaboradores de outras Divisões da Parker no Brasil, devido ao sentido de pertencimento, empoderamento, engajamento e voluntariado das práticas de ESG fomentadas nas comunidades ao em torno da nossa Organização.
CONCLUSÃO:
Para finalizarmos a apresentação do nosso Projeto Horta Solidária, demonstramos a intenção e desejo da Parker de que suas práticas de responsabilidade social quanto a sustentabilidade sejam o mais possível divulgadas, sendo aproveitadas por outras organizações para disseminação do modelo.
Assim contribuímos para uma cultura de sustentabilidade integrados ao esforço da AMCHAM no Projeto RS Avança, alinhando nosso Estado com as práticas de ESG.