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Ano: 2023

Fechando o ciclo: Economia circular na indústria refratária

Magnesita Refratários

Categoria: Produtos ou Serviços

Aspectos Gerais da Prática:

“Em 2022, a RHI Magnesita deixou de emitir mais de 32 mil toneladas de CO2 nas operações no Brasil. O alcance desse número vem da execução do plano estratégico global da companhia anunciado em 2018 de reduzir em 15% o volume de CO2 gerado por tonelada de produto até 2025 e buscar a neutralidade de carbono no longo prazo, o que vem sendo impulsionado pela ampliação do uso de matérias-primas secundárias ao longo dos anos.
O modelo de economia circular implantado coleta os resíduos refratários produzidos pelos clientes e os reintegra ao processo produtivo. Os volumes captados passam por etapas de seleção e tratamento para serem reutilizados como matéria-prima em novos produtos. Todo o processo é de alta tecnologia e controle para garantir a mesma qualidade e desempenho dos materiais não reciclados. Desde 2019, já foram investidos mais de 14,6 milhões de euros globalmente no desenvolvimento e implementação de um processo de reciclagem de alto desempenho na cadeia produtiva, focados no desenvolvimento de tecnologia para processamento e de produtos de alta performance e no aumento da reciclabilidade dos desmontes refratários, reduzindo assim os resíduos no meio ambiente.
No último ano, mais de 40 mil toneladas de resíduos refratários foram captadas no Brasil. Com isso, um percentual de 10,2% de Recycling Rate (taxa de reciclagem) foi alcançado nas operações da América do Sul, resultado 28% maior do que o alcance em 2021. Esse impactante resultado só é possível pela confiança e parceria dos clientes. Os benefícios são para toda a cadeia local. Hoje, a empresa pensa globalmente e age localmente, sendo a produção de refratários local de suma importância para garantir também a possibilidade de reciclar. A RHI Magnesita dispõe de estruturas locais de produção de refratários e de tratamento dos reciclados em todos os continentes, capazes de exercer este papel responsável junto aos clientes, com benefícios para a sociedade.
Com o maior controle de emissões e com objetivo de promover a transparência das ações no mercado, desde 2022 passamos a divulgar a pegada de carbono dos produtos nas fichas técnicas de venda. A Pegada de Carbono do Produto (Carbon Footprint of Product – CFP) é calculada segundo os princípios da ISO 14067. Com isso, o consumidor de refratário consegue calcular e controlar com maior precisão suas próprias emissões. Um grande passo para construção de uma vida moderna mais sustentável, estabelecendo um padrão exemplar para a indústria e incentivando mudanças positivas no mercado refratário.

Relevância para o Negócio:

“Como líder global no setor de refratários, a RHI Magnesita está demonstrando proativamente seu compromisso com a preservação ambiental e com a mitigação das mudanças climáticas. A empresa definiu objetivos ambiciosos de sustentabilidade para diminuir sua pegada ambiental. Adicionalmente, consumidores de refratários estão começando a exigir de seus fornecedores produtos com maior segurança na aplicação e menor impacto ambiental, onde se destaca a pegada de carbono, preferencialmente com quantificação das emissões.
Para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas, a RHI Magnesita percebeu a necessidade de adaptar seu modelo de negócios. Seu objetivo imediato é reduzir as emissões dos escopos 1, 2 e 3 (diretas, indiretas e matérias-primas, respectivamente) em 15% até 2025 (de acordo com a referência de 2018) e se esforçar para estabelecer uma meta mais estendida em harmonia com o Acordo de Paris. Para minimizar as emissões de carbono, a RHI Magnesita está se concentrando em captura e utilização de carbono, troca de combustíveis, eficiência energética, solução inovadoras para clientes e reciclagem.
A curto prazo, a reciclagem é uma estratégia crítica para reduzir significativamente as emissões de CO2. Por isso, a RHI Magnesita formulou uma estratégia global de reciclagem. A estratégia envolve integrar a reciclagem em todas as etapas da cadeia de processos, desde o fornecimento e processamento até o desenvolvimento de produtos e incentivo às vendas.
As matérias-primas primárias refratárias são produzidas usando processos intensivos em energia e alta temperatura. O óxido de magnésio (MgO), uma matéria-prima vital, é principalmente derivado da Magnesita (MgCO3). Nesse processo, o CO2 é liberado durante o processo de calcinação. Essa emissão geogênica de CO2 constitui uma parcela significativa das emissões totais de CO2 da RHI Magnesita. Para utilizar o material como matéria-prima refratária, ele precisa ser sinterizado ou fundido para ampliar o tamanho do cristal de MgO, semelhante a outras matérias-primas como Al2O3, SiO2, ZrO2 ou MgO*CaO ou Cr2O3. Consequentemente, a pegada de carbono global dos refratários é em média de 1,75 tCO2/t de produto refratário no portfólio da RHI Magnesita.
Com a alta representatividade da pegada de carbono das matérias-primas, a utilização de refratários reciclados é uma oportunidade latente para redução da pegada, o que vem promovendo uma mudança no mercado produtor e consumidor.
Os benefícios da utilização de reciclados vão além da redução da pegada de carbono. Como benefícios adicionais podem ser citados a menor dependência de matérias-primas importadas, e sua complexidade logística combinada à imprevisibilidade de custo; redução de volume a ser disposto em aterros; menor risco de disputas judiciais por condições de aterro; redução de demanda energética; conservação de recurso mineral; e vantagem competitiva por fornecer uma solução ao cliente para produto e resíduo gerado.” “O caminho da Inovação
A estabilização de refratários usados é necessária para garantir a mesma qualidade e desempenho dos materiais não reciclados. Exemplos clássicos desse processo são a remoção de sais alcalinos de reciclados de cimenteira, remoção de partículas metálicas em reciclados da indústria de aço e estabilização de tijolos de magnésio carbono. O constante investimento em Pesquisa e Desenvolvimento e na transformação de processos em escala laboratorial para escala industrial é um marco alcançado que transformou o desenvolvimento de minerais circulares para uso em refratários na RHI Magnesita.
Do ponto de vista tecnológico, o roadmap da RHI Magnesita é construído sobre quatro pilares principais: em primeiro lugar, fontes atualmente inexploradas de diferentes indústrias serão avaliadas para garantir o fornecimento futuro de materiais; em segundo lugar, o rendimento dos processos de reciclagem será melhorado para evitar perdas de material; em terceiro lugar, o pós-processamento e o condicionamento de minerais circulares serão melhorados para atingir níveis de desempenho elevados; e, finalmente, a otimização das etapas do processo a montante e a jusante, incentivará ainda mais a aceitação de materiais circulares em produtos refratários.
Como parte da estratégia de reciclagem da RHI Magnesita, a empresa está pesquisando e implementando tecnologias inovadoras. A seleção automatizada baseada em sensores desempenhará um papel fundamental na condução de todos os campos do roteiro, ultrapassando os limites do que é possível na reciclagem sustentável de refratários. Essa abordagem permite a separação efetiva de materiais reutilizáveis de resíduos, maximizando o rendimento de cada lote de refratários usados e reduzindo significativamente a quantidade de resíduos destinados a aterro. Espera-se que os efeitos positivos no processo a montante e a jusante melhorem ainda mais a cadeia de valor global do processo. Devido ao alto impacto desta tecnologia, a RHI Magnesita iniciou recentemente um projeto multidisciplinar. O Projeto ReSoURCE (Refractory Sorting Using Revolutionizing Classification Equipment) é uma iniciativa colaborativa que envolve parceiros tecnológicos líderes mundiais e a União Europeia. O projeto se concentra na transformação verde e digital da reciclagem de refratários por meio da inovação de toda a cadeia de processos, com equipamentos de triagem multissensores suportados por IA como sua tecnologia principal. O projeto é financiado pelo EU’s Horizon Europe Framework Programme (www.project-resource.eu).

A RHI Magnesita também está desenvolvendo tecnologias avançadas de processamento para aumentar ainda mais a eficiência de suas operações de reciclagem. Por exemplo, novos processos de tratamento térmico estão sendo explorados para melhorar a qualidade dos materiais reciclados, tornando-os mais compatíveis com a produção de refratários de alto desempenho.

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“Em 2022, a RHI Magnesita deixou de emitir mais de 32 mil toneladas de CO2 nas operações no Brasil. O alcance desse número vem da execução do plano estratégico global da companhia anunciado em 2018 de reduzir em 15% o volume de CO2 gerado por tonelada de produto até 2025 e buscar a neutralidade de carbono no longo prazo, o que vem sendo impulsionado pela ampliação do uso de matérias-primas secundárias ao longo dos anos.
O modelo de economia circular implantado coleta os resíduos refratários produzidos pelos clientes e os reintegra ao processo produtivo. Os volumes captados passam por etapas de seleção e tratamento para serem reutilizados como matéria-prima em novos produtos. Todo o processo é de alta tecnologia e controle para garantir a mesma qualidade e desempenho dos materiais não reciclados. Desde 2019, já foram investidos mais de 14,6 milhões de euros globalmente no desenvolvimento e implementação de um processo de reciclagem de alto desempenho na cadeia produtiva, focados no desenvolvimento de tecnologia para processamento e de produtos de alta performance e no aumento da reciclabilidade dos desmontes refratários, reduzindo assim os resíduos no meio ambiente.
No último ano, mais de 40 mil toneladas de resíduos refratários foram captadas no Brasil. Com isso, um percentual de 10,2% de Recycling Rate (taxa de reciclagem) foi alcançado nas operações da América do Sul, resultado 28% maior do que o alcance em 2021. Esse impactante resultado só é possível pela confiança e parceria dos clientes. Os benefícios são para toda a cadeia local. Hoje, a empresa pensa globalmente e age localmente, sendo a produção de refratários local de suma importância para garantir também a possibilidade de reciclar. A RHI Magnesita dispõe de estruturas locais de produção de refratários e de tratamento dos reciclados em todos os continentes, capazes de exercer este papel responsável junto aos clientes, com benefícios para a sociedade.
Com o maior controle de emissões e com objetivo de promover a transparência das ações no mercado, desde 2022 passamos a divulgar a pegada de carbono dos produtos nas fichas técnicas de venda. A Pegada de Carbono do Produto (Carbon Footprint of Product – CFP) é calculada segundo os princípios da ISO 14067. Com isso, o consumidor de refratário consegue calcular e controlar com maior precisão suas próprias emissões. Um grande passo para construção de uma vida moderna mais sustentável, estabelecendo um padrão exemplar para a indústria e incentivando mudanças positivas no mercado refratário.

Gestão da Prática Relatada:

“Desafios e Resultados na implantação do modelo de economia circular
Ao reconhecer a reciclagem como uma das principais estratégias para redução da pegada de carbono, a RHI Magnesita expandiu significativamente o componente de reciclagem em seus produtos, elevando a taxa de reciclagem globalmente de 3,5% em 2018 para 10,5% em 2022. Para sustentar esse progresso, vários desafios foram superados.

As matérias-primas secundárias possuem características diferentes em relação às matérias-primas primárias. Explorar novos recursos materiais, desenvolver produtos direcionados e estabelecer novas tecnologias para garantir materiais de alta qualidade são igualmente importantes para que o desempenho final do refratário não seja comprometido.
Há mais de uma década, a companhia capta materiais recicláveis do mercado local. Em 2019, a RHI Magnesita fez uma estruturação de uma área global para dar foco nessas atividades. Em Minas Gerais, a companhia mantém uma unidade dedicada à reciclagem de refratários, no município de Coronel Fabriciano, na Região do Vale do Aço. Em 2021, um projeto implantado nessa fábrica foi reconhecido como um dos melhores do país em melhoria contínua.
A utilização de reciclados em refratários é dependente da qualidade e estabilidade de seu processamento. O processamento pode ser dividido em algumas etapas. A primeira etapa é o desmonte do revestimento refratário no usuário, a segunda é a separação em classes de materiais, a terceira a estabilização de contaminantes e fases mineralógicas indesejadas e, por fim, a preparação para utilização em produtos refratários.
O desmonte do revestimento refratário tem influência direta na complexidade dos processos posteriores. Quanto mais seletivo for feito o desmonte, começando na separação por equipamento ou já separando famílias de produtos refratários conforme o desenho do projeto, mais eficiente será o processamento e maior a substituição da matéria-prima original por refratário. O trabalho conjunto da RHI Magnesita com seus clientes no controle da geração vem trazendo resultados importantes no melhor aproveitamento do material usado gerado. O desmonte seletivo ainda traz gargalo em função do maior prazo para realização do processo, diminuindo a disponibilidade do equipamento. Como na maioria dos casos a empresa que realiza o desmonte não é a responsável pela reciclagem posterior, há prevalência da agilidade em detrimento da qualidade da separação no desmonte. Portanto, a integração dos processos de desmonte e reciclagem é fundamental para um melhor aproveitamento do material gerado.
A seleção de reciclados em famílias é o processo mais importante e amplo para maximização da sua utilização, garantindo uma homogeneidade química e mineralógica do produto. O processo amplamente utilizado para essa etapa é a seleção manual em correia. A construção do know how para esta segregação foi chave para evolução alcançada na qualidade do material obtido pós etapa de processo.
A estabilização de fases indesejadas nos reciclados consiste em sua transformação química e mineralógica ou na sua remoção do material.
Por fim, os grãos reciclados já tratados devem ser preparados para a utilização em refratários, passando por etapas de britagem e classificação granulométrica.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“O futuro da reciclagem de refratários
Olhando para o futuro, a RHI Magnesita vê um imenso potencial na reciclagem de refratários. É uma ferramenta eficaz para reduzir a pegada de carbono da empresa e a dependência de matérias-primas virgens, ao mesmo tempo em que ajuda os clientes a minimizar seus resíduos e impacto ambiental.
A empresa reconhece os desafios envolvidos, como a necessidade de tecnologias avançadas e a complexidade de lidar com uma mistura diversificada de refratários usados. No entanto, com pesquisa e desenvolvimento recorrentes, investimento contínuo em novas tecnologias e fortes parcerias com a indústria, a RHI Magnesita está confiante de que pode superar esses desafios e liderar o caminho para um futuro mais sustentável na indústria de refratários.
Importante destacar que a transparência nas iniciativas de sustentabilidade demonstra o compromisso da companhia em não somente reduzir sua própria pegada de carbono como fomentar iniciativas similares no mercado, tanto nos clientes quanto fornecedores e na indústria refratária em si.
Links de acesso para referências:

Our path towards Net Zero

RHI Magnesita announces 2020 results and €50m investment in CO2 reduction


https://www.brasilmineral.com.br/noticias/reciclagem-de-refratarios-reduz-emissoes-de-co2
https://www.brasilmineral.com.br/noticias/pegada-de-carbono-de-200-mil-produtos