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Ano: 2023

Autossustentabilidade ambiental: o papel do CEA Sustentável na construção do legado positivo da AngloGold Ashanti

AngloGold Ashanti Córrego do Sítio Mineração S/A

Categoria: Processos

Aspectos Gerais da Prática:

“Com quase 200 anos de operação, a AngloGold Ashanti (AGA) é a empresa mais longeva do Brasil, a maior produtora de ouro do país e a terceira maior do mundo. Com 10 operações distribuídas em nove países, mantém três em funcionamento no Brasil. Só em 2021, investiu mais de R$41 milhões em preservação e gestão ambiental, pilar e valor inegociável para a companhia.
Um dos ativos ambientais e de inovação da AngloGold Ashanti é o Centro de Educação Ambiental (CEA), em Nova Lima – MG, localizado em uma das quatro Reservas Permanentes de Patrimônio Natural (RPPN) da empresa.
A RPPN Mata Samuel de Paula, onde o CEA está inserido, ocupa uma área de 147 hectares e faz divisa com outras duas Unidades de Conservação – o Monumento Natural Municipal Morro do Elefante e a RPPN Quintas do Sol, criando um bolsão verde na região notoriamente urbana. Só a RPPN da empresa corresponde a uma área de cerca de 205 campos de futebol de Mata Atlântica preservada, inserida na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Um oásis em meio à urbanização crescente de Nova Lima.
Entre os objetivos do Centro de Educação Ambiental da AngloGold Ashanti, estão a promoção de campanhas e projetos de Educação Ambiental, sua transformação em uma unidade autossustentável, assim como a criação de um espaço de sensibilização para a população sobre preservação e inovação para a sustentabilidade.
Para colaborar com os objetivos do CEA e da empresa, foi criado o projeto de inovação CEA Autossustentável, uma iniciativa que se dá em parceria com o Mining Hub, o primeiro hub de inovação aberta da mineração no mundo. Em três ciclos em que a empresa participou, durante os anos de 2020, 2021 e 2022, projetos em três áreas diferentes colocaram o CEA no caminho da autossustentabilidade ambiental. Os principais objetivos são a independência de recursos energéticos, aumento do reuso de água e a produção limpa de insumos. Os próximos passos também incluem o atingimento da autossustentabilidade econômica e o fortalecimento dos aspectos socais. A ideia é que o CEA seja o laboratório, que pode inspirar e se conectar com outras ações, de maior escala, dentro do core business da AGA.
Os projetos de inovação para a sustentabilidade já promovem economia significativa na conta de energia elétrica da unidade, redução do consumo de água nova, além do armazenamento de biogás para uso local e produção de biofertilizante a partir de resíduos orgânicos. O espaço atrai mais de 11 mil visitantes por ano, sejam caminhantes, alunos de atividades educativas e interpretativas, além de participantes de eventos, em especial das comunidades de Nova Lima, Raposos, Belo Horizonte. Desde sua inauguração, mais de 236 mil pessoas participaram de ações na unidade.

Relevância para o Negócio:

“Em parceria com o Mining Hub, o CEA contou com startups para iniciar seu projeto de autossustentabilidade ambiental. Juntos, repensaram a utilização de água na unidade, aumentando seu reuso, implementação de placas solares, torre eólica e biodigestor, além do uso de veículos elétricos para transporte de cargas e suporte no deslocamento de pessoas com mobilidade reduzida. Deste modo, além da economia e reuso de recursos, através das tecnologias de baixo impacto para o meio ambiente, o projeto de autossustentabilidade torna-se um ativo de educação ambiental para empregados e comunidade. Por serem iniciativas com alto poder de replicação, o CEA se configura como um laboratório aplicado, que já conta com equipe especialista no tema, capaz de levar projetos similares a outros espaços, ampliando o impacto educativo e de redução do uso de recursos ambientais.
Além do papel que ocupa como parte da comunidade de Nova Lima (MG), o CEA atua em duas frentes de destaque para o negócio. A primeira delas tem relação com os pré-requisitos de operação da mineradora. A RPPN Mata Samuel de Paula, que abriga a unidade, junto das demais RPPNs da AGA, somam quase 1.400 hectares de áreas permanentemente em estado de preservação, e auxiliam no atendimento de parte de aspectos ligados ao licenciamento ambiental da empresa.
Outra vertente de interface do CEA com o negócio se dá por meio do Compromisso ESG (Environmental, Social and Governance) da AngloGold Ashanti. A estratégia da empresa consiste em eliminar e mitigar impactos, para garantir uma operação sustentável no presente, de forma a construir um legado positivo para as próximas gerações. O propósito é ser a mineradora de ouro líder em desenvolvimento sustentável e reconhecida pela construção de uma trajetória positiva. Nesta linha, o conceito de mineração sustentável também é reforçado de forma setorial. Recentemente, em março de 2023, foi lançada em Brasilia, a Frente Parlamentar da Mineração, que conta com envolvimento de parlamentares focados em temas em prol da mineração sustentável.
Dentro da construção da matriz de materialidade que norteia o relatório anual de sustentabilidade, referenciadono modelo Global Report Initiative (GRI), a AGA tem 12 temas materiais que orientam a atuação da empresa na busca por seus objetivos ESG. Entre eles, seis chamam a atenção por estarem alinhados à atuação do Centro de Educação Ambiental da AGA:
Transparência, Imagem e Reputação
Escopo: Comunicação responsável, transparência, imagem e reputação da empresa.
ODS Relacionados: 12 – Consumo e Produção Responsáveis e 16 – Paz, Justiça e Instituições Fortes
Relacionamento com comunidades (Licença Social)
Escopo: Diálogo e compromisso com a comunidade e atenção aos possíveis impactos negativos
ODS Relacionados: 3 – Boa Saúde e Bem-Estar
Construção de legado positivo
Escopo: Desenvolvimento local, investimentos sociais e fechamento integrado de minas
ODS Relacionados: 10 – Redução das Desigualdades e 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis
Conformidade ambiental e gestão ambiental
Escopo: Atendimento à legislação, monitoramento de requisitos legais, identificação e gerenciamento de impactos ambientais
ODS Relacionados: 6 – Água Limpa e Saneamento, 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis e 15 – Vida Sobre a Terra
Água e gestão de recursos hídricos
Escopo: Consumo e eficiência na gestão da água, descarte e qualidade dos efluentes
ODS Relacionados: 3 – Boa Saúde e Bem-Estar e 6 – Água Limpa e Saneamento
Mudanças climáticas e matriz energética
Escopo: Consumo e eficiência na gestão de energia, gestão e reporte das emissões de gases de efeito estufa, descarbonização, diversificação da matriz energética
ODS Relacionados: 7 – Energia Acessível e Limpa, 11 – Cidades e Comunidades Sustentáveis e 13 – Combate às Alterações Climáticas
” “As relações estabelecidas pelo Centro de Educação Ambiental, da AngloGold Ashanti, são redes que se formam em prol da inovação. Em 2020, com a decretação da pandemia de covid-19, o CEA ficou fechado por um período. Sem os visitantes, os empregados passaram a planejar ações de melhoria do espaço. A autossustentabilidade tornou-se, portanto, uma diretriz para este planejamento.
Com ajuda do Mining Hub, o CEA lançou desafios para startups e promoveu a implantação das ideias que se conectam ao propósito da empresa, criando uma “ilha de inovação”. O projeto foi chamado CEA Autossustentável.
A atuação do Mining Hub no projeto CEA Autossustentável se dá através do “amadrinhamento” da AngloGold Ashanti ao M-Start, programa que constrói um canal direto entre mineradoras associadas e iniciativas de inovação voltadas aos desafios estabelecidos pelas empresas. Para iniciar o processo, as mineradoras devem enviar uma pergunta que norteia o desafio, a descrição dos objetivos e os inputs necessários para contextualizar as startups.
Após este setup feito, são realizadas reuniões de kick off e organização do processo. Então, é lançado o edital para a abertura das inscrições. Na sequência, ocorre a seleção dos candidatos, após uma imersão e prova de conceito. Tudo isso culmina nos contratos assinados entre as mineradoras madrinhas e startups. O último evento da série é o Demo Day, o dia D da inovação aberta, com a apresentação das soluções desenvolvidas.
No CEA, este processo foi realizado em três ciclos de inovação, em 2020, 2021 e 2022. O primeiro sobre fontes de energia limpa, o segundo sobre reuso e armazenamento de água e o terceiro, ainda em andamento, sobre descarbonização.
No primeiro ciclo de participação do projeto, em parceria com a startup Equal, o CEA instalou 58 placas fotovoltaicas que geram energia limpa, o que promoveu queda relevante no valor das contas de energia elétrica do local. Além disso, uma torre híbrida (eólica e solar) garante a geração de energia para um sistema de carregamento de equipamentos móveis, que fica disponível para os visitantes da unidade.
A Equal também instalou um biodigestor, que processa os resíduos orgânicos e produz biogás, utilizado pela equipe de educação ambiental do local, tanto para atividades diárias quanto práticas educativas, além de um biofertilizante, usado de forma diluída para adubar as plantas do projeto paisagístico.
Em um segundo momento (ciclo 2), em cooperação com a startup Probiomas, o CEA instalou um sistema de captação de água de chuva, com monitoramento online da capacidade de armazenamento. As calhas, instaladas nos prédios da área administrativa, coletam a água, que é direcionada para um tanque de cinco metros de profundidade, capaz de armazenar aproximadamente 500 mil litros do líquido. Esse recurso é utilizado nos vasos dos banheiros de áreas administrativas da unidade, e em outras 12 torneiras que fornecem água para limpeza e manutenção do jardim. Além disso, essa água pode ser utilizada para mitigar impactos de eventuais sinistros, como incêndios florestais.
No ciclo 3, a Tracel foi a startup parceira responsável pela iniciativa de mobilidade do espaço, com o desenvolvimento e fornecimento de três triciclos 100% elétricos e a implantação de uma estação de recarga dos equipamentos. Além disso, vinculado ao projeto, haverá um aplicativo de monitoramento do sistema para apresentar quanto de CO2 é deixado de ser emitido pela utilização dos veículos. Dessa forma, pessoas com mobilidade reduzida e pequenas cargas podem ser transportadas dentro da unidade, movidas pela energia limpa gerada pelas placas fotovoltaicas.
Outras iniciativas de inovação do CEA para além dos ciclos citados, compreendem alcançar maior maturidade no projeto de geração e viabilização de uso de créditos de carbono, em parceria com a startup Jataí, hoje Future Carbon Group. A busca pela aprovação do projeto que viabilizará a utilização dos créditos é um foco de 2023, para que no curto prazo seja possível aplicar os resultados financeiros da venda dos créditos na contínua preservação das áreas naturais da empresa e também na inclusão da comunidade em processos de formação e educação ambiental na temática das mudanças climáticas.
Ainda nesta linha, uma ferramenta virtual de Educação Ambiental, que também funciona como um inventário florestal, foi implementada no CEA, em parceria com a BioFlore. A startup promove uma imersão virtual onde é possível observar o espaço da RPPN a partir de imagens de drone. Para realizar o inventário ambiental, a BioFlore sobrevoou a área com um drone equipado com sensores LiDAR, que emite feixes de laser capazes de modelar a superfície do terreno e da vegetação. Com esses dados, um modelo tridimensional da floresta foi construído. Após o mapeamento, a equipe da startup realizou a visita exploratória por terra, para inventariar o espaço.
Acesse o link abaixo para ver o resultado deste trabalho:
https://apps.bioflore.com.br/flore-viewer-aga

Aspectos Inovadores Relacionados a Prática:

Não informado

Contribuição da Prática para o Desempenho da Empresa:

“Com quase 200 anos de operação, a AngloGold Ashanti (AGA) é a empresa mais longeva do Brasil, a maior produtora de ouro do país e a terceira maior do mundo. Com 10 operações distribuídas em nove países, mantém três em funcionamento no Brasil. Só em 2021, investiu mais de R$41 milhões em preservação e gestão ambiental, pilar e valor inegociável para a companhia.
Um dos ativos ambientais e de inovação da AngloGold Ashanti é o Centro de Educação Ambiental (CEA), em Nova Lima – MG, localizado em uma das quatro Reservas Permanentes de Patrimônio Natural (RPPN) da empresa.
A RPPN Mata Samuel de Paula, onde o CEA está inserido, ocupa uma área de 147 hectares e faz divisa com outras duas Unidades de Conservação – o Monumento Natural Municipal Morro do Elefante e a RPPN Quintas do Sol, criando um bolsão verde na região notoriamente urbana. Só a RPPN da empresa corresponde a uma área de cerca de 205 campos de futebol de Mata Atlântica preservada, inserida na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na Bacia Hidrográfica do Rio das Velhas. Um oásis em meio à urbanização crescente de Nova Lima.
Entre os objetivos do Centro de Educação Ambiental da AngloGold Ashanti, estão a promoção de campanhas e projetos de Educação Ambiental, sua transformação em uma unidade autossustentável, assim como a criação de um espaço de sensibilização para a população sobre preservação e inovação para a sustentabilidade.
Para colaborar com os objetivos do CEA e da empresa, foi criado o projeto de inovação CEA Autossustentável, uma iniciativa que se dá em parceria com o Mining Hub, o primeiro hub de inovação aberta da mineração no mundo. Em três ciclos em que a empresa participou, durante os anos de 2020, 2021 e 2022, projetos em três áreas diferentes colocaram o CEA no caminho da autossustentabilidade ambiental. Os principais objetivos são a independência de recursos energéticos, aumento do reuso de água e a produção limpa de insumos. Os próximos passos também incluem o atingimento da autossustentabilidade econômica e o fortalecimento dos aspectos socais. A ideia é que o CEA seja o laboratório, que pode inspirar e se conectar com outras ações, de maior escala, dentro do core business da AGA.
Os projetos de inovação para a sustentabilidade já promovem economia significativa na conta de energia elétrica da unidade, redução do consumo de água nova, além do armazenamento de biogás para uso local e produção de biofertilizante a partir de resíduos orgânicos. O espaço atrai mais de 11 mil visitantes por ano, sejam caminhantes, alunos de atividades educativas e interpretativas, além de participantes de eventos, em especial das comunidades de Nova Lima, Raposos, Belo Horizonte. Desde sua inauguração, mais de 236 mil pessoas participaram de ações na unidade.

Gestão da Prática Relatada:

“A gestão do projeto CEA Autossustentável é feita a partir de procedimentos e indicadores reportáveis. Dessa forma, todos os processos de parcerias, contratações, compras, pagamentos, ampliações e governança passam pelos setores responsáveis da AGA.
Para a definição das temáticas a serem abordadas nos ciclos de inovação, a AngloGold Ashanti busca aliar o potencial do CEA aos objetivos da companhia, convergindo as ações desenvolvidas aos temas materiais da empresa e aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (ODS).
Os reports, com os resultados da iniciativa, são feitos em relatórios internos periódicos. Já a visibilidade pública das ações é alcançada através dos esforços de mídia interna e externa (digital, comunicação interna, publicidade e imprensa) e da publicação de relatórios anuais. Um exemplo é o Relatório ESG, que apresenta indicadores e localiza as ações de inovação do projeto no contexto geral do negócio.
Entre os principais indicadores medidos pelo CEA estão o número de ações, eventos, campanhas e visitantes. Quando se trata especificamente do projeto CEA Autossustentável, os principais indicadores são os investimentos feitos na unidade e o retorno obtido. Todos os processos que passam pela expertise de startups ganham novas camadas de evidências, com os parâmetros e ferramentas desenvolvidos pelos parceiros para cada uma das inovações.
Dados, como economia de energia e reuso de água, estoque de carbono e inventário ambiental, dão materialidade ao projeto. Tudo isso contribui para a construção de grandes dashboards de acompanhamento das iniciativas.

Possibilidade de Disseminação ou Replicação:

“Há inúmeros caminhos para disseminação, replicação e continuidade do projeto e das atividades do Centro de Educação Ambiental da AngloGold Ashanti. A AGA tem a inovação como um modo de operação em sua cultura organizacional. Os empregados são encorajados, através de certificações e projetos, a implementarem melhorias contínuas em seus setores.
Já há setores buscando no CEA a inspiração para a implementação de inovações ligadas à sustentabilidade ambiental, como é o caso das equipes de gestão de barragens, que estudam a possibilidade de instalação de placas fotovoltaicas para geração de energia limpa. Os cases do CEA de captação de água da chuva, energia fotovoltaica, torre híbrida (eólica e solar), biodigestor e veículos elétricos podem se tornar uma realidade em outras unidades da empresa.
O contato com as startups, em parceria com o Mining Hub, é uma forma de disseminação da experiência do CEA com outras empresas do setor, que podem entender essa vivência como uma validação para a criação de processos similares em suas unidades de negócio.
A continuidade do projeto desenvolvido no CEA é um ponto central da estratégia 2022/2023 da companhia. A AGA tem direcionado seus esforços, neste novo ciclo de inovação, na busca de caminhos para que o CEA possa garantir seu bom funcionamento, independente da alocação de recursos diretos da empresa. Isso está em linha com a ideia de que, com os mecanismos adequados para a geração de receita, a unidade poderá ter seu trabalho de educação ambiental assegurado, garantindo que a perenidade de suas atividades acompanhe a perpetuidade do próprio espaço.